Às vezes as coisas simplesmente não saem nada como planeado. Mas se não houver planeamento, a surpresa é sempre garantida. Para o melhor e para o pior.
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O café da manhã é sempre igual... |
O primeiro dia começou logo com discussão, daquelas que já não havia há bastante tempo. Passei-me com a inercia do P, com a ausência de sugestões e com os '
tanto faz!' que recebi de respostas. Depois do pequeno almoço assentei arraiais no carro e disse "Vai para onde quiseres, sabes o caminho para Lisboa!".
Amarrei o burro. Ele tentou fazer o mesmo, mas quando percebeu que não tinha alternativa sentou-se ao volante e começou a guiar. Demos duas voltas por Viseu (não é difícil dar voltas na
cidade das rotundas...) e entrámos na A25 em direção à Guarda. Estava convencidíssimo que iamos voltar para Lisboa, pelo lado da Guarda e Covilhã, mas não. Seguimos em direção a Vilar Formoso. Eu estava completamente à nora!
Passámos a fronteira 410 km depois de ter saído de Lisboa. As primeiras placas indicam Salamanca, e há uns tempos atrás disse ao P que gostava de lá ir. Seria isso? O meu
Europe on a Shoestring da LonelyPlanet acompanha-me sempre, e lá comecei a pesquisar (quem começou a viajar de mochila às costas antes da internet sabe bem como um guia de viagem é imprescindível.
Quando começámos a ver a ver a silhueta de Salamanca a desenhar-se ao fundo percebemos logo que a paragem era obrigatória!
O guia dizia que Salamanca é uma cidade para ser explorada a pé, por isso estacionámos o carro junto ao rio (Rio Tormes, afluente do Douro) e fizemos isso mesmo. Entretanto o ambiente entre nós também já estava um bocado melhor (mas ainda não completamente sanado).

O mapa básico que vinha no guia deu para as primeiras orientações, até descobrirmos a
Oficina de Turismo, onde nos arranjaram um
mapa bem catita. A própria
Oficina de Turismo fica num dos pontos turísticos, a
Casa de las Conchas (consta que um nobre escondeu moedas de ouro nestas conchas, por isso algumas estão destruidas).
Salamanca é uma cidade espetacular, e merece bem um fim de semana. Fomos às catedrais (a
Nueva e a
Vieja),
Plaza Mayor (
conhecem este filme?), várias igrejas e, claro, à Universidade (uma das mais antigas do mundo).


Nas lojas de
recuerdos já tinhamos percebido que a rã é um dos símbolos da cidade, mas foi na universidade que percebemos porquê. E aqui vai, em edição exclusiva, a lenda da rã: Salamanca é uma cidade universitária, e diz-se que em altura de exames se o estudante olhasse de frente para a Catedral Nova e descobrisse na fachada a minúscula estátua de uma rã teria aprovação em todos os exames. Claro que houve logo dois coelhos que foram novamente à catedral à cata da dita rã, mas
nicles. Ainda bem que não temos exames por agora. Mas lembrámo-nos do
Mark. Ele não precisa, mas
talvez isto pudesse ser útil ao R...
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Não é fácil encontrar uma rã minúscula aqui! |
Entretanto eram horas de jantar, comemos uma
Paella num restaurante um bocado turístico mas não muito caro e fomos beber
una copa ao
Tio Vivo,
must em Salamanca.
Já era noite quando saímos da cidade. Como disse atrás, o ambiente entre nós já estava melhor, mas dei logo a entender que quem ia conduzir e decidir o destino não era eu. Mau feitio, eu???
É um sítio lindo aonde eu estive quando fiz o meu Inter-Rail (o único que fiz, já vão muitos anos) e que me levou dali a Madrtid, depois Barcelona, e por aí fora... A Casa das Conchas fez-me lembrar, na época (mas hoje deveria ser igual) a nossa Casa dos Bicos. Não vos passou isso pela cabeça, também?.. Abcs,
ResponderEliminarLOL :D Mau feitio sim... LOL :D Adorei... LOL
ResponderEliminarLOL, uma rã dava sempre jeito. :D Era mais uma certeza. LOL (:
ResponderEliminarAdoro as vossas viagens e a forma como descreves cada pormenor. Dá a sensação de que viajamos com vocês. :)
P.S.: Reparei no detalhe do "café da manhã". ;) Boa, coelhinho.
Adoro-vos.
lots of love ^^
Luís, um inter-rail é uma experiência fantástica e só me martirizo de não ter feito mais. No meu optei por excluir a Península Ibérica em detrimento de lugares mais distantes, e agora tenho de começar a compensar isso. E sim, a Casa das Conchas lembra a Casa dos Bicos, apesar de que gosto mais da nossa.
ResponderEliminarShoes... nem imaginas!
Mark, o 'café da manhã' foi a pensar em ti. No início até me soou mal, mas depois de escrito nem ficou assim tão mau. ;-)
Em Salamanca devem ter-se cruzado com imensos portugueses, que aquilo está cheio de estudantes portugueses lá na Universidade!
ResponderEliminarBem, isto da falta de planeamento é mesmo uma surpresa! E as vossas voltas começam a tornar-se uma agradável surpresa! :)
Ah, e no caminho até Salamanca deveriam ter parado por Ciudad Rodrigo (que até ficava em caminho!). Tería valido muito a pena! Mas também, sem planeamento há coisas que acabam por escapar (é uma das coisas menos boas das aventuras!).
Abraço,
Ikki
Como sabem sou da Covilhã e da Covilhã a Salamanca são cerca de 200 kms. Logo fartei-me de ir a Salamanca (com aquela paragem obrigatória em Ciudad Rodrigo, que o Ikki muito bem assinalou) e é uma cidade muito bela.
ResponderEliminarTem, para mim, a mais bela Plaza Mayor de toda a Espanha.
Ikki, esse é mesmo o point, sem planeamento escapa sempre alguma coisa. Eu até sou um bocado espontâneo, mas em termos de viagens gosto de ter algumas coisas orientadas. Ciudad Rodrigo é um bom exemplo, nunca me lembraria de parar ali, mas agora que andei a pesquisar, foi mesmo pena. Mas haverá mais oportunidades.
ResponderEliminarPinguim: para além do que respondi agora ao Ikki, concordo contigo em relação à Plaza Mayor. Já tinha o bichinho de Salamanca há muito tempo, e quando vi o filme 'Ponto de Mira' decidi pôr Salamanca na minha lista (curiosamente muitos dos destinos das minhas viagens foram influenciados por filmes ou livros). Conheço as 'plazas' de Madrid e Barcelona, mas esta é a mais bonita. E ainda bem que foi com o meu bunnyzinho que descobri isso.