dois coelhos

Esta é a nossa história, dois rapazes destinados um para o outro, que se conheceram quando um tinha 20 anos e o outro 26.
Desde esse dia que a nossa vida mudou para sempre! E vocês são as nossas únicas testemunhas!

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Alguma sugestão?

Aqui fica uma pista para o nosso próximo destino. Alguém se atreve a adivinhar onde vai ser?


Gibraltar, Tarifa, Cadiz e sei lá mais o quê...


Era o nosso último dia da epopeia andaluza, e apesar do gosto de viajar nos estar nos genes, já acusávamos algum cansaço. Depois do pequeno almoço e de empacotarmos as malas no carro começamos exatamente pela cidade onde estávamos, Algeciras. O pequeno tour que tínhamos feito na noite anterior aguçou-nos a curiosidade e começamos a pequena exploração pela Plaza Alta, as duas igrejas, as ruas pedonais e o Parque Maria Cristina e as ruínas romanas. Rapidamente concluímos que estava tudo visto, o resto da cidade é essencialmente industrial.


Apanhámos a estrada que nos levaria ao próximo destino, e em termos técnicos, a outro país: Gibraltar, o enclave britânico na entrada do mediterrâneo. Já tinhamos tido um vislumbre do rochedo no ferry de Algeciras para Ceuta, mas assim ao pé e com sol é muito mais impressionante. Parámos algumas vezes para tirar fotos, ainda antes de lá chegar.

Depois de uns 20 minutos numa fila para atravessar a fronteira (curioso, como Gibraltar é uma possessão britânica não faz parte do Acordo de Schengen), entrámos finalmente na Londres do Mediterrâneo. A diferença é engraçada: autocarros vermelhos de dois andares, as célebres cabines telefónicas, a língua inglesa em todo o lado, a Union Jack, as matrículas dos carros, os preços em libras... 

Para perceber um pouco de como é que Gibraltar, no sul de Espanha, é um território britânico é preciso recuar um pouco na história. A versão completa reza assim: Em 711 o Governador (muçulmano) de Tanger tomou Gibraltar como primeiro passo para a invasão islâmica da Península Ibérica. 750 anos mais tarde o Reino de Castela recuperou a posse do território, mas em 1704, durante a guerra da Sucessão Espanhola, uma esquadra Holandesa e Britânica tomou o território. Espanha aceitou que Gibraltar pertencia à Inglaterra, mas não cedeu nas tentativas de o recuperar,  até ao falhanço do Grande Cerco de 1779-1783. A Inglaterra desenvolveu uma base naval forte, com o apoio de construtores navais genoveses.
Durante a ditadura de Franco as hostilidades mantiveram-se, com a fronteira fechada de 1967 a 1985. Um referendo em 1969 demonstrou que a esmagadora maioria dos habitantes do território (99,64%) preferia o domínio britânico.
Em 2002 conversações entre o Reino Unido e Espanha consideraram a hipótese de uma soberania conjunta do território, mas mais um referendo promovido pela sociedade civil deixou bem patente que os gibraltinos estão mesmo de costas voltadas para Espanha.

Começámos por ir ao Europa Point (tenho alguma pancada pelos limites geográficos, mas afinal este não é o ponto mais a sul da Europa Continental), para depois entrarmos na reserva protegida do rochedo, que é a verdadeira atração do sítio (e que se paga como tal, 25 libras!). 

Do topo do rochedo tem-se uma vista fantástica, sobretudo para o Estreito de Gibraltar e norte de África. Um pouco mais à frente estão os Pilares de Hércules. De acordo com a mitologia grega, um dos 12 trabalhos de Hércules consistia em transpor um estreito marítimo. Hércules abriu o Estreito de Gibraltar, tendo ligado o Mar Mediterrâneo ao Oceano Atlântico. De cada um dos lados do estreito, os Pilares de Hércules marcam a separação do Mundo Antigo para o Mundo Novo.  

À medida que íamos entrando no parque natural começaram a aparecer... macacos. Estes simpáticos habitantes do rochedo são a única espécie de primatas selvagem na Europa. Só por isso já vale a pena ir a Gibraltar. Mas o melhor ainda estava para vir, os coelhos e os macacos não são de fácil convivência e tivemos um conflito inter-espécies. Estava eu a conduzir, de janela aberta, eis que um macaco salta para dentro do carro, passa por cima de mim e ao colo do P rouba 2 saquetas de açúcar que por acaso trazíamos na porta do lado do passageiro, e sai logo de seguida. Era impossível que o macaco soubesse que o açúcar ali estava, por isso da mesma forma que roubou o açúcar poderia ter sido um telemóvel ou uma carteira. Como se não bastasse, apesar do macaco não ter sido propriamente agressivo, assustei-me e raspei o parachoques do bunnycar num muro. :( Não é uma arranhadela muito grande, mas será para sempre (ou até ao novo parachoques) uma recordação de Gibraltar.

O sacana do macaco a meter-se com o coelho!

Para além do macaco dá para ver os carros parados à espera que o avião aterra para atravessar a pista.

Depois de recompostos do susto, passámos a tratar os simpáticos macaquinhos com mais respeito. Aliás, em algumas lojas do parque havia avisos junto à arca dos gelados: primeiro escolha, depois certifique-se que não há nenhum macaco nas redondezas, e só então abra a arca para retirar o seu gelado.

Parámos na St. Michael's Cave, uma gruta natural enorme que abrigou os nossos antepassados do Neolítico, e mais à frente nos Túneis do Grande Cerco. A parte visitável destes túneis é uma pequena porção de uma rede com 70km, curiosamente sempre a descer. Em vários sítios encontrámos sinais a dizer que a saída era no mesmo sítio da entrada, portanto quanto mais se descesse mais se teria de subir, lol. De algumas janelas de ventilação (e canhões) tem-se uma vista estupenda para o lado espanhol e para o aeroporto. Claro que num território tão pequeno, era impossível fazer uma pista de aterragem que não se cruzasse com a estrada, por isso quando há aviões a levantar ou a aterrar tem de se fechar o trânsito que atravessa a pista.




Voltámos para a civilização, para explorarmos um bocadinho da cidade propriamente dita, primeiro de carro e depois a pé. Sentir um ambiente tão british sem uma única nuvem no céu e com temperaturas acima dos 30º não deixa de ser estranho. Tomámos um black coffee na Grand Casemate Square e andámos um bocado na pedestre Main Street até à Cathedral of the Holy Trinity, e voltámos para o bunnycar.

Depois de sairmos de Gibraltar e pararmos num ou dois miradouros, o destino seguinte foi a Isla de las Palomas, em Tarifa, este sim o ponto mais a sul da Europa Continental, e portanto a separação entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo, com África a apenas 14km. À parte deste marco geográfico, não há muito para ver em Tarifa. A Puerta de Jerez, em estilo Mudéjar, a Igreja de San Mateo e o Castillo Guzman El Bueno, construído originalmente em 960, ocuparam-nos pouco tempo, e saímos de Tarifa ainda de dia.

Estavamos um pouco indecisos sobre o que fazer a seguir. O único ponto assente é que teriamos de voltar a Lisboa nessa noite, mas ainda dava para explorar mais qualquer coisa. Foi assim que nos surgiu, uns quilómetros à frente, uma ideia original: em homenagem aos meus caros Luís e Gonçalo, do blog Gayfield, virámos numa placa para Vejer de la Frontera. Foi uma boa escolha. Do alto do casario branco vimos um bonito por do sol, pontilhado pelos imensos praticantes de parapente que por ali andavam. E, de certa forma, apesar de não os conhecer pessoalmente, foi uma forma de conhecer um pouco mais sobre eles, porque nunca havia ouvido falar de Vejer até às férias deles do ano passado (e aqui segue também um abraço para eles, que são fantásticos e uma inspiração para mim).


Ainda no lusco fusco parámos em Cadiz, uma das cidades mais antigas da Europa (e esta, hein?), fundada por Fenícios à volta de 1100 AC, mas que deu o verdadeiro 'salto' no período dos descobrimentos. Como já passava das 20h não deu para entrar em nenhum monumento, mas o nosso já habitual stop-and-shot está aberto 24h por dia! Passámos pela Plaza San Juan de Dios, a Catedral, a Plaza de Topete com a Torre Tavira, a mais alta de um conjunto de mais de 160 torres construídas para que os habitantes pudessem ver a chegada e partida dos navios sem terem de sair de casa.


Saímos de Cadiz por volta das 22h. Só parámos em Ayamonte para encher o depósito, e antes das 3 da manhã estávamos a chegar a nossa toca. Foi uma semana fantástica, a fazer o que mais gosto, com a pessoa que mais gosto. Agora, para além de trabalhar, resta-me começar a pensar na próxima viagem, daqui a duas semanas. Oh yeah! ;)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Marrocos!


No Holiday Inn de Algeciras o pequeno-almoço também estava incluído. Ainda bem, porque assim saímos logo diretos para o porto, onde tínhamos de estar às 8h30. Um agente da empresa de tours (FlandriaBus) confirmou os nossos nomes, trocou os vouchers pelos bilhetes do barco e deu-nos algumas instruções. Ainda esperámos um bocado porque o nosso barco era só às 10h.

Chegámos a Ceuta após 35 minutos de viagem, e no ponto de encontro marcado lá estava o guia à nossa espera. Era um marroquino alto e forte, com a mania que era o maior, com piadas básicas e forçadas, que já deveriam ter sido repetidas centenas de vezes. O grupo também não era muito famoso: três coreanos, duas australianas, um casal e o filho americanos e mais meia-dúzia de personagens sem grande piada.

Dentro do autocarro o guia começou por fazer uma introdução enquanto atravessávamos Ceuta. Achei a explicação fraca, por isso vou complementar aqui com o que li no Lonely Planet e a minha cultura geral. Certamente que os meus caros Mark e Pinguim farão comentários construtivos sobre o tema ;-)
Ceuta é atualmente uma possessão espanhola, um enclave no norte de África (outro é Mellila). Não achei uma cidade particularmente bonita, ao contrário do que dizia o guia. Nos últimos 1000 anos passou pelas mãos de romanos, muçulmanos, espanhóis e, claro, portugueses. Quando, em 1580, o Rei D. Sebastião morre, Ceuta pertence a Portugal. Porém, a Dinastia Filipina passou Ceuta para domínio espanhol, e em 1640 com a Restauração da Independência essa situação não se alterou: desde aí que Ceuta é território espanhol, apesar de alguns distúrbios com as autoridades ou rebeldes marroquinos de vez em quando.

Apesar do domínio português ter perecido já há 450 anos, muitas marcas lusitanas permaneceram: o brasão da cidade é idêntico ao escudo português; as festas locais são celebradas a 13 de Junho, em honra a Sto António, com romarias; a estátua do Infante D. Henrique ocupa lugar de destaque numa das principais praças; o forte, construído pelos portugueses, é uma das principais atrações da cidade.



A visita à cidade de Ceuta não estava incluída, mas do percurso do porto à fronteira deu para termos uma ideia. Depois da fronteira, a realidade é completamente diferente, entre os resorts turísticos à beira mar e os bairros pobres da periferia das cidades.
Praça de Taxis logo após a fronteira
Foto com o camelo (ou melhor, dromedário)

Visitámos a medina de Tetouan, uma das mais autênticas do norte de África, Património da Humanidade. E, de facto, podemos falar de autenticidade, fez-me um pouco de impressão ver a carne, o peixe e até o pão coberto de moscas. Inclusivamente o guia comprou um pão (desse mesmo, coberto de moscas) que repartiu por todo o grupo, porque "o Islão ensina-nos a partilhar". Mais tarde percebemos que o objetivo era que partilhassemos também os nossos euros com ele.
Não dá para perceber, mas à volta destes frangos havia uma nuvem de moscas!


O almoço foi num restaurante no meio da medina. Durante o almoço vieram vários músicos e malabaristas fazer curtas atuações de 5 minutos, que terminavam sempre com a volta pelas mesas à procura de gorjetas. Ao fim do terceiro número tornou-se cansativo.

Depois do almoço, mais umas quantas voltas pela medina, com o guia a explicar detalhes da actividade dos artesãos e dos hábitos e costumes muçulmanos. Por não ter engraçado com o guia, achei a explicação dada em Tunis pelo vendedor de perfumes muito melhor.

Voltámos para o autocarro, com destino a Tanger, eram umas 14h30. Em Tanger um outro guia fez uma curta descrição da mesquita local e da história da cidade (tal como Ceuta, Tanger foi uma possessão portuguesa), antes de nos introduzir na medina da cidade, esta um pouco menos culturalmente chocante. De acordo com o programa, visitariamos uma fábrica de preparação de medicamentos artesanais e uma fábrica de tapetes. Bem... a fábrica de medicamentos não era bem uma fábrica. Meteram-nos numa sala, com um marroquino a falar espanhol e a desfilar frascos com cremes e  ungentos de origem duvidosa, para a pele seca, perda de cabelo e até o célebre (?) viagra marroquino, 'muito melhor que o original', num espetáculo que fazia lembrar uma versão arcaica das vendas na excursão da Mister Charly que fizemos a Santiago de Compostela.

Quanto à fábrica de tapetes, a única coisa que valeu a pena foi a subida ao terraço para ver a medina de um ponto mais alto. De resto, foi um vendedor a fazer o melhor que podia para nos vender uns tapetes com 'tinta eterna que nunca perdem a cor', 'alta qualidade', com Eusébio, Mourinho e Cristiano Ronaldo à mistura, enquanto nos impingiu um chá de menta com ar de água de lavar a loiça. Enfim, o que não mata, engorda.


Sempre que saíamos para a rua um batalhão de vendedores rodeava-nos, tentando vender desde ímanes para o frigorífico até estatuetas de madeira, incenso, chinelos e a alma da avó. Lá fiz um bom negócio com os ímanes e comprei meia-dúzia a 50 cêntimos cada.

Voltámos para Ceuta por um percurso bonito, numa estrada junto ao mar, com passagem por aldeias de pescadores e ruinas de um forte construído pelos portugueses. Na fronteira, para além da habitual conferência de documentos, a polícia meteu dois cães a farejar o autocarro e as nossas malas. 

Apanhámos o barco das 18h de volta ao Continente Europeu e ao nosso Bunnycar que aguardava no parque de estacionamento do porto. No balanço final, apesar de não ter gostado muito da experiência, recomendo-a a quem tem curiosidade de conhecer uma cultura diferente e não tem muito tempo ou muito dinheiro para gastar.

Jantámos no centro de Algeciras, que não sendo uma cidade propriamente gira não deixa de ter uma praça central e umas duas ou três ruas pedonais agradáveis. Finalmente, voltámos para o hotel cerca das 23h, porque para além do cansaço no dia seguinte iriamos a outro país!

domingo, 27 de maio de 2012

Desintoxicação

Depois de quase duas semanas de treino intensivo nestas lides da Eurovisão, para não fazer má figura aqui com o meu coelhito que sabia as músicas todas de cor (não estou a exagerar), uma musiquinha que fica bem no ouvido, no corpo, e nos anúncios de televisão:


sábado, 26 de maio de 2012

Málaga


O pequeno-almoço do Hostal Guadalupe era servido pelo namorado do Pedro, o Roberto. Quando entrámos na sala de refeições, com uma esplanada simpática, o Roberto veio ter connosco e disse 'Vosotros son J y P, de Portugal?'. Mais tarde percebi que o hotel é gayfriendly, mas na sua página do booking não havia nenhuma referência a isso.

Fizémos o check out, deixámos as malas no carro e demos uma volta pelo sítio. Parecia transfigurado, as ruas cheias de turistas, todas as tiendas abertas e empregados caça-clientes à porta dos restaurantes. Acabámos por almoçar num restaurante na praia, antes de irmos para Málaga.

Só tínhamos cerca de 4 horas para visitar a cidade. Como conhecer a cidade, visitar o Museo Picasso, a Catedral, o Alcazaba e o Castillo de Gibralfaro e tudo o mais em apenas 4 horas? A resposta cruzou-se à nossa frente, sobre a forma do autocarro turístico de Málaga. Mas, em vez de apanharmos o autocarro e pagar os 17€ por um bilhete de 24h, seguimos uma opção muito menos ortodoxa... o P guiava pela cidade atrás do autocarro, e eu ia lendo no guia a explicação dos pontos de interesse por onde passávamos. 



Por exemplo, no Alcazaba parámos para ir ver a fortaleza, herança muçulmana, por dentro, e depois esperámos pelo autocarro seguinte. O percurso levou cerca de 1h30 a concluir, e gastámos as 2h30 seguintes a explorar o centro a pé.


Começámos pela Catedral de Málaga, chamada carinhosamente de 'A Aleijadinha', porque das duas torres, a torre sul nunca chegou a ser concluída.

O Museu Picasso, no Palácio de Buenavista, tem 204 trabalhos do pintor, que abrangem todas as suas fases. A maioria dos trabalhos são pouco conhecidos, provenientes da família ou de coleções particulares. Apesar de Málaga se entitular 'A Cidade de Picasso', o artista deixou a cidade com cerca de 9 anos e só muito esporadicamente regressou.

Lanchámos um Kebab, e depois de mais umas voltas pelas ruas pedestres do centro voltámos para o bunnycar para nos fazermos à estrada. Tinham sido exatamente 4 horas e achei que ficou muito pouca coisa para ver.

A paragem seguinte ficava a 60 km de distância, e explorá-la levou apenas 1h30, com gelado incluído. Estou a falar de Marbella, provavelmente a estância balnear mais in da Costa del Sol. Desiludiu-me um pouco, a praia não é assim tão fantástica, nem a terra assim tão castiça (na verdade é um reino de construção selvagem e corrupção a alto nível que já valeu a cadeia a vários notáveis presidentes de câmara). 

Acabámos por sair de Marbella ainda antes do pôr do sol. Tinha pensado num pôr do sol romântico, talvez com um abraço, como uma vez ali perto das Azenhas do Mar, alguns dias antes de termos começado a namorar, mas achei Marbella tão artificial que quis sair dali.

Acabámos por ver o por do sol em Estepona, um sítio igualmente artificial, mas virados para o mar nem se nota.

Já depois do sol posto seguimos em direção a Algeciras (não, não íamos visitar a Sara Norte!). Enquanto planeava esta viagem, um amigo falou-me de umas excursões de 1 dia a Marrocos, indo de manhã e regressando ao final da tarde. Segundo ele, em Algeciras era possível comprar esse programa em tudo o que era lado. Mas nem precisámos de chegar a Algeciras, logo numa estação de serviço da via rápida comprámos os bilhetes para a excursão do dia seguinte, por cerca de 55€. O preço inclui barco Algeciras - Ceuta, circuito de autocarro a Tanger e Tétouan e almoço típico.

Parámos num hiper para comprar algumas coisas para petiscar no dia seguinte durante a viagem a Marrocos, e aproveitá-mos para comprar também uma Piña Colada. Mas não das de beber (apesar de ser igualmente boa, como comprovámos durante e depois de mais um banho de imersão).
Isto não é um alimento, dizia na embalagem. ;)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Granada

(em simultâneo com o festival da eurovisão, que o P está a ver colado à televisão, eu continuo com esta saga...)


O Hostal Atenas, em Granada, apesar de ser apenas de 2 estrelas, era melhor que o de Córdoba. Ficámos no último andar, pelo que tínhamos uma boa vista sobre a cidade, mas não a aproveitámos muito.

No check in no hotel perguntei ao recepcionista como deveria fazer para irmos ver uma das 7 novas maravilhas do mundo, o Alhambra. Perguntou-nos se não tínhamos já adquirido o bilhete (não tínhamos) e explicou-me que apenas 30% dos bilhetes são vendidos no local, todos os outros são vendidos on-line. Ora, acontece que quando a bilheteira abre o número de pessoas na fila já esgota esses 30%.  O conselho dele era irmos para a fila quanto antes, nunca depois das 7 da manhã. Entrei em desespero. Visitar o Alhambra era um dos momentos altos da nossa viagem, e nunca me tinha passado pela cabeça que isso podesse não acontecer. Não estive de modas (e o P, coitado, não teve alternativa). Dormimos 4 horas e pouco depois das 6 da manhã engrossámos uma das 3 filas com mais de 50 pessoas cada que aguardava pelas 8h30 para comprar a entrada. Revezámo-nos para ir tomar o café da manhã na cafetaria do sítio, que felizmente já estava aberta.

Podia dar aqui grandes explicações sobre o que é o Alhambra, a sua história e os seus encantos. Podia mas não o faço, há imensa informação sobre a joia da coroa andaluza pela internet e não estou para vos dar grandes secas. Ficam as fotos, e a minha garantia que este é um dos sítios mais espetaculares onde já estive.










Saímos do Alhambra por volta do meio-dia. O preço do parque de estacionamento conseguiu ser maior que o da entrada na própria atracção! Enfim... Não sabia muito bem para onde ir de seguida. Ainda estava encantado com o Alhambra, mas o P começou a argumentar que nunca tinha visto neve a sério, e a Sierra Nevada estava ali ao lado, coberta de neve, a olhar para nós. 30 minutos depois estávamos a 2300 metros de altitude, a beber um café no meio da neve. É impressionante como em meia-hora passámos de 29º para 4º de temperatura, de um solinho bom para um cenário gelado. Brincámos um bocado por lá, como dois putos, a mandar bolas de neve um ao outro e a correr (e estatelar-nos) no meio da neve. Felizmente tínhamos sapatos e meias no carro para trocar.

De volta a Granada, parámos em alguns miradouros no caminho, para o tradicional stop-and-shot fotográfico.

Fizémos um percurso pedestre um bocado aleatório. Com o Lonely Planet, o GPS e um trilho sugerido pelo posto de turismo ao longo de alguns marcos importantes, fomos andando e virando por onde nos parecia mais interessante, sobretudo no caótico antigo bairro muçulmano, o Albayzín.


Passámos pela Capela Real, onde estão enterrados os Reis Católicos...

a Catedral...

a Alcaidaria e a Praça Bib-Rambla, onde a Santa Inquisição organizava 'churrascadas'...

o Mosteiro de São Jerónimo...

Saímos para Málaga ainda durante o dia. Na verdade, nem íamos ficar em Málaga, iriamos ficar em Torremolinos, um sítio sem grande graça, a 8 km da cidade, pejado de turistas ingleses e alemães. A melhor relação qualidade-preço levou-nos para o Hostal Guadalupe, um pequeno hotel simpático logo em frente à praia. Na recepção estava o Pedro, e percebemos logo que ele jogava na nossa equipa. Quando perguntou se tínhamos preferência na cama, deu-me para mais um first, e pela primeira vez na vida (em relações homossexuais) disse 'Cama doble, por favor'. O Pedro sorriu, e deu-nos um dos melhores quartos do hotel. Perguntou-nos se já conhecíamos Torremolinos, e disse-lhe que não, apesar de não ser bem verdade. Então ele saca de um mapa, o Mapa Gay de Torremolinos e começa a assinalar bares e discotecas gays ali perto, enquanto fazia comparações com o Bairro da Chueca em Madrid.


Já passava das 21h, mas talvez por ser quarta-feira, ou por estar um pouco de frio e ter chovido à tarde, ou por ser cedo para o padrão espanhol, não se via ninguém nas ruas. Espreitámos um alguns dos bares que o Pedro tinha assinalado, mas estava tudo às moscas, apenas um mais preenchido, mas muito leather para o nosso gosto. Acabámos por jantar no Burger King, e comemos um gelado de iogurte no Smöoy, antes de voltar para a nossa cama de casal. ;-)