dois coelhos

Esta é a nossa história, dois rapazes destinados um para o outro, que se conheceram quando um tinha 20 anos e o outro 26.
Desde esse dia que a nossa vida mudou para sempre! E vocês são as nossas únicas testemunhas!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Monument Valley e Antelope Canyon

No dia seguinte, em Page, Arizona, acordámos cedo. Seria um dia bastante cansativo. Depois do pequeno almoço no hotel, fomos visitar a primeira atração, a 10 minutos dali.
Um pequeno almoço cheio de cores... ou de químicos.

 O Horseshoe Bend, que é como quem diz 'curva em forma de ferradura', é um dos cenários naturais mais conhecidos do mundo. É 'apenas' mais uma curva do Rio Colorado, que ao longo de milhares de anos escavou a rocha até a moldar com esta forma.

Porque esta zona já é deserto, a amplitude térmica é enorme. Às 8h30 da manhã, quando lá chegámos, o termómetro marcava 4º, mas o vento fazia parecer mesmo temperaturas negativas. Após pouco mais de 1 km a pé num trilho de terra batida, chegámos finalmente ao pé da 'ferradura', e só foi pena a nossa pobre máquina fotográfica não ter objectiva grande angular.




300 km depois, com uma paragem em Kayenta, a única vila da Reserva Navajo (é uma região semi-autónoma, 92% da população são indíos nativos americanos), chegámos ao início da estrada US 163, uma das estradas mais icónicas do mundo, associada ao imaginário do far-west e do interior americano. É fenomenal conduzir por rectas a perder de vista (chegam a ter mais de 100 km), serpenteando as imponentes rochas vermelhas, em estradas completamente desertas.






Voltámos a Page a meio da tarde, porque ainda nos faltava ver uma das cenas mais espetaculares do mundo, o Antelope Canyon. O P stressou porque, no meio de um cenário do género The Hills Have Eyes (um filme bem assustador), eramos os únicos dois clientes para fazer a visita guiada (única forma de visitar o canyon), com um índio com ar de serial-killer, e tivémos ali uma pequena discussão, mas acabámos por ir. O local propriamente dito do Antelope Canyon (20€ a cada, os índios pagam-se bem) fica ainda a uns 5 km do parque de estacionamento, e essa parte do percurso foi feita num jeep sem qualquer tipo de suspensão, numa estrada que parecia uma montanha russa. No entanto, só vos digo, foi das coisas mais espetaculares que vi na vida. Não há imagens que transmitam a grandiosidade do sítio. Sem grandes palavras, vejam as fotos...




Saímos de Page aí pelas 17h, e pela frente tínhamos uma viagem de quase 600 km, até à entrada na Califórnia. O percurso passava obrigatoriamente Las Vegas, por isso ainda fizémos o desvio para passar na strip uma vez mais, antes de ir para Tecopa, uma aldeia de 100 habitantes no Deserto de Mojave, já na entrada do Death Valley, Califórnia.

Ainda em Las Vegas, telefonei à Cynthia, a gerente do único hotel e hostel aberto nesta altura do ano num raio de quase 80km, a avisar que chegaríamos mais tarde do que o suposto. Ela disse para não nos preocuparmos. Nesta altura do ano não tinha muitos clientes (na verdade não tinha nenhum), e deixaria a chave do hostel escondida junto à caixa do correio.

Chegámos a Tecopa quase à meia-noite. Nos últimos 30km não nos cruzámos com nenhum carro. A aldeia não tem iluminação pública, não se via vivalma, apenas um céu estrelado espetacular, e lá ao fundo o clarão de Las Vegas, a mais de 100km. Mais uma vez o cenário era assustador, mas o cansaço era tal que nem liguei muito a isso. O 'hotel & hostel' era na verdade um conjunto de velhas roulotes atreladas umas às outras. Enfim, por 16€ cada, de que é que se estava à espera?

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Grand Canyon

Flagstaff é uma terra pequena, que se auto-entitula a porta de entrada no Grand Canyon. Para quem estiver a ler isto por estar a planear uma viagem ao Grand Canyon, partindo de Las Vegas, pode perguntar porque não ficámos em Williams, uma aldeia que nos teria poupado quase 100 km e uma hora de condução. Houve dois motivos para isso: Flagstaff é significativamente maior, tem mais oferta de alojamento (o que significa que é mais económico) e... foi local de filmagens de um dos meus ever-ever-favorite-movies, o Forrest Gump. Tirando isso e os típicos diners, não há muito para ver na cidade, por isso saímos logo em direção à entrada sul do Grand Canyon.




Decidi comprar o passe anual para todos os parques norte-americanos (aprox. 60€), dado que como íamos visitar uma série de parques no percurso até São Francisco esta era a opção mais económica.


Há certas coisas que são feitas uma vez na vida, e visitar o Grand Canyon é um pouco isso. Não é fácil chegar até lá e portanto, uma vez num sítio destes, há que aproveitar. Por isso, tinha decidido fazer o Imperial Air Tour da Papillon. É um passeio de helicóptero de 50 minutos sobre o Grand Canyon, do qual alguns amigos me descreveram maravilhas. Não é barato (190€ por pessoa), mas nesta viagem, até aqui, a maior loucura que tinhamos feito foi comprar M&M's!




Por volta das 12h chegámos ao Grand Canyon Airport, a cerca de 10 km do Grand Canyon propriamente dito, de onde partiam os helicópteros (e também avionetas) da Papillon. Um helicóptero estava para partir nesse preciso momento, mas só tinha um lugar disponível, pelo que tivémos de ficar para o tour das 14h. Entretanto, estava-se a levantar um vendaval, mas nada me faria deter. Como o tour já pago e duas horas de espera pela frente, fomos até à Grand Canyon Village, onde fica a parte mais espetacular do Grand Canyon, a margem sul (para além desta, há a margem norte, de difícil acesso, e a mais recente atração, a margem oeste, que fica numa reserva índia e tem o tourist trap Skywalk).



Penso que massivo ou esmagador são as palavras que mais se aproximam do espetáculo visual que o Grand Canyon proporciona. As várias camadas de sedimentos mostram a evolução geológica da Terra, escavada ao longo de milhares de anos pelo Rio Colorado... é indiscritível. À parte do vento, o dia estava espetacular, e tirámos imensas fotos.




Às 13h30 voltámos para o aeroporto, para o nosso tour. Foi então que se deu a hecatombe... devido ao vento (agora reconheço que era mesmo um vendaval dos diabos) todos os tours haviam sido cancelados. Nem queria acreditar. ainda tentei argumentar que era apenas uma light breeze, mas não havia nada a fazer. Sem a possibilidade de reagendar o tour para o dia seguinte, develveram-nos o dinheiro. Eu estava de rastos. Enfiei-me no McDonald's (o que vale é que há sempre um McDonald's) a 500 metros dali, a chorar compulsivamente, como uma criança a quem tiraram o brinquedo favorito. O P estava incrédulo com a minha reação, mas a viagem de heli era das coisas que mais queria fazer.

Dois chicken burgers depois, já mais calmo, lá nos fizemos de volta à estrada. Fizemos o percurso de carro de 40 km ao longo da margem sul do canyon, até à Desert View Watchtower, onde assistimos a um pôr do sol espetacular. Ao longo do percurso há uma série de miradouros fantásticos, e fomos parando para ver as vistas e tirar fotos.






Já de noite, percorremos os 180 km até ao Rodeway Inn (29€ por um King Room), um motel de camionistas do género dos que aparece nos filmes de terror, em Page, na fronteira entre o Arizona e o Utah. O facto do motel ficar na Elm Street também ajudou um bocadinho a assustar o meu rapaz. O recepcionista jogava claramente na nossa equipa e deve ter ficado aborrecido por não lhe termos dado abébias às investidas para se meter no nosso quarto, lol.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Back to Vegas

Voltando ao ponto que deixei na nossa viagem aos States, porque afinal, se não sabem ainda, viagens é dos temas que mais gosto de falar, vou continuar as crónicas United States of Bunnies.

No ultimo post falei basicamente de casinos, uns atrás dos outros, todos diferentes, com decorações espetaculares e cheios de americanos com chapéus de cowboy, despedidas de solteiros e limusines.



No segundo dia começámos pelo Stratosphere, o último dos grandes hotel/casinos que ainda não falei. Tem o formato de uma torre e do alto dos seus 350 metros tem uma vista incrível. Como não ficámos alojados neste hotel, a subida ao topo da torre custou uns 13€ a cada um. Lá em cima existem uns carrosséis um bocado assustadores. Ia muito excitado em experiementar o Insanity, mas uma vez lá em cima borrei-me todinho e ficámos apenas pelas vistas.




De volta a terra firme, fomos almoçar ao Paris Vegas (17€), que supostamente tem o segundo melhor buffet da cidade, segundo a Lonely Planet. O buffet não é mau, mas nada bate o do Bellagio, logo ali do outro lado da rua.




Já ao final do dia, saímos para o início da Wild West Journey: 400 km até Flagstaff, no estado do Arizona. Foram mais de 4 horas a conduzir, mas como o carro tinha cuise control até se fez bem. Já eram umas 11 da noite quando chegámos ao Grand Canyon International Hostel, onde ficámos uma noite (33€ por um quarto duplo). A estrada (Interstate 40) coincide, em alguns troços, com a antiga Route 66, e perto de Flagstaff existem uma série de diners como nos filmes. Parámos no Galaxy para comer qualquer coisa, antes de irmos para o hostel.