dois coelhos

Esta é a nossa história, dois rapazes destinados um para o outro, que se conheceram quando um tinha 20 anos e o outro 26.
Desde esse dia que a nossa vida mudou para sempre! E vocês são as nossas únicas testemunhas!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eurobunny tour Milão

No Sábado o dia foi passado essencialmente em lojas de souvenirs e lojas de roupa, no chamado 'Quadrado da Moda', um conjunto de quatro avenidas (que fazem um quadrado, lol) com lojas de costureiros famosos e alguns indies. Na loja da Bennetton havia uma festa qualquer e ofereciam Campari e pizza a toda a gente, havia imensas pessoas nas ruas, tudo já com uma atmosfera natalícia. A parte cultural da viagem ficou assegurada com a ida ao Castello Sforzesco, já que o meu objectivo maior saiu furado: A Última Ceia, pintada por Leonardo da Vinci, não é um quadro, como muita gente pensa. É uma fresco, uma pintura numa parede, no convento de Santa Maria delle Grazie. Para preservar a obra, o número de visitantes é limitado, e os bilhetes, que custam cerca de 7€, esgotam com meses de antecedência, muito por culpa de agências turísticas que depois os revendem incluídos em pacotes turísticos por 50€. Não tinha planeado esta parte da viagem muito bem (pensei, há e tal, já fui a Milão, não há muito para ver na cidade, é mais lojas) nem me lembrei d'A Última Ceia. Resultado, quando me apercebi, já não havia bilhetes. Enfim, um dia vamos voltar a Milão e o meu P leva-me a ver a obra-prima d' O Código Da Vinci. 


Para me redimir fomos ao Emporio Armani Caffé, descrito como um dos cafés mais luxuosos do mundo. As colheres não eram de ouro, mas a Pannacotta não era má. À saída passamos pela Abercrombie & Finch... quanto a vocês não sei, mas eu, que nem ligo muito a marcas, deliro com esta. Talvez devido ao marketing (nunca entrei em nenhuma loja da cadeia, na Europa só há duas, em Milão e em Londres), talvez devido aos empregados que circulam pela loja em boxers (sim, leram bem), não sei. O Speedy, jornalista e cidadão atento da nossa praça, vai dizer certamente que o Clube Fashion também vende Abercrombie & Finch. E eu digo-lhe já, antecipadamente: no Clube Fashion vêm rapazinhos tipo BelAmi oferecer a sua prestável ajuda?  Pois é! Bem, a fila era gigantesca, tipo umas 100 pessoas, mais do que ultrapassava o quarteirão, e durante os 10 minutos que ali estivemos a apreciar a cena só entraram três pessoas, pelo que adiei a minha febre consumista (ou de ver corpos desnudos ;-) 



Ao jantar, guiado pelo meu Lonely Planet, fomos comer a uma instituição da pizza, o Restaurante Spontini. Segundo a descrição do guia, as melhores pizzas do mundo são feitas há 60 anos num restaurante pequeno e caótico. A fila à porta denotava a reputação, confirmada pelo cônsul sueco que entretanto conheci e que, com a sua passividade nórdica, aguardava a sua vez. Não demorou muito a entrarmos. Um empregado veio à porta e gritou (berrou seria o termo) "Due personne?". Nós éramos o primeiro duo da fila, e toca a ir atrás do empregado. Sentou-nos numa mesa no meio de uma sala tipo taberna do Bairro Alto, e enquanto ainda limpava e preparava a mesa gritou "Quanti?" Tentei, com o meu parco italiano, pedir o menu. Aí, ele percebeu que éramos estrangeiros e, num inglês italiano que transpirava voz de mafioso diz "There'zzz only Pizza. How many slicezzz?". Só aí percebi que o único prato que serviam era pizza margherita, que até é das mais básicas (tomate e queijo), porquê tanto alarido? O ambiente no restaurante era de facto caótico. Os empregados gritavam entre si, com os clientes, com o cozinheiro, quase que consigo próprios. Inclusivamente dois empregados quase se pegavam à luta um com o outro sobre quem estava responsável por uma mesa. Cúmulo, vi uma senhora a terminar a refeição e o empregado saca do guardanapo, limpa a boca à cliente, dá-lhe a conta e diz Andiamo! Que sítio suis generis.
Deixo-vos a descrição que alguém deixou no tripadvisor
Stay in line. When you're asked, go inside. If you're in a couple or in a group with 3 persons, probably you'll share half table.The attendant will look at you and suggest the menu. It's only one kind of pizza, and you can order the normal slice or the 1¹/² size.Eat and go. Do not stay too much on the table without eating or drinking, because the attendant will drop you out the table. There's more people outside waiting for a delicious and unique kind of milano pizza.So far, it's kinda strange, but a lot of people considers this bar-pizzeria one of the best of the world. I would only say that if you like slim pizza, you'll probably won't like it. But if you like 'pan pizza type', you'll love it!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Eurobunny tour Amsterdão - Milão


No dia seguinte, sexta feira, o Robert acompanhou-nos ao aeroporto (eram 8 da manhã, foi um bacano). Como é hábito, já íamos atrasados, mas conseguimos chegar mesmo quando a senhora do check-in gritava 'Last Call to Milan'. Aí ficou desfeito o segredo, a paragem seguinte seria Milão.

O P, apesar de contente, estava inconsolável por não ter comprado mais souvenirs nem ter feito o tour de barco pelos canais, mas o Robert disse que seríamos sempre bemvindos na casa dele, pelo que vamos ter de lá voltar.

Cruzados os Alpes, aterramos a Milão Malpensa às 11h e pouco depois do meio dia estávamos na  Milano Centrale, onde deixamos as malas nos cacifos disponíveis. Durante o voo expliquei ao P que este era o último segmento da viagem, o nosso regresso estava marcado para Domingo. Mostrei-lhe igualmente as folhas onde tinha impresso o perfil do Giancarlo, 26 anos, o nosso último anfitrião. Tinha combinado com ele às 18h, o que nos dava algum tempo para ver uma das principais atrações da cidade, o Duomo (foi uma réplica do Duomo que foi atirada e feriu Berlusconi na boca, há uns dois ou três anos atrás.



O Duomo é a quarta maior catedral do mundo, e a sua presença imponente capta toda a atenção na Piazza del Duomo, excepto ao I Love My Shoes! Porquê? Porque logo à esquerda do Duomo ficam as Galerias Vittorio Emanuele. Digamos que se a moda fosse Lisboa as Galerias Vittorio Emanuele seriam o Chiado! A quantidade de modelos e modelos-wanna-be por metro quadrado quase que faz qualquer pessoa dita 'normal' sentir-se o Quasimondo de Notre Dame. Todas as grandes casas de moda estão representadas, Armani, Yves Saint-Laurent, Louis Vuitton, Prada, Dolce & Gabbanna... Há também alguns restaurantes, 'carérrimos'e... um McDonalds! Lol, há sempre um McDonalds nestes sítios, foi o que nos valeu para almoçar. Para que conste, levei o meu namorado a almoçar nas Galerias Vittorio Emanuel (omitam a parte de ser no McDonalds).


Um pouco mais à frente fica uma das minhas maiores desilusões de Milão, o Teatro alla Scala. Tantos anos a ouvir falar do La Scala, esperava outra imponência.

O que em Amsterdão havia de bicicletas, em Milão há de Vespas! São às centenas. Não sei como é em Roma, ou no interior de Itália, mas um dos meus clichés italianos é andar de vespa com o meu lindo atrás. Agora só tenho é de o convencer.

Às 18h, conforme combinado, toquei à campaínha do Giancarlo, que não morava muito longe do centro. Foi super prestável, e levou-nos a jantar a uma típica tradição italiana, um aperitivo. Não sei bem como descrever, é um sítio frequentado essencialmente por estudantes onde só se pagam as bebidas (e não pensem que têm preços exorbitantes, pelo contrário). O restaurante é tipo buffet, com vários tipos de pizza e pasta (ou não estivesse em Itália) entre outras coisas. Não sendo nenhum 3 estrelas Michelin, a comida era bastante razoável, já comi bem pior e paguei mais caro.



As mesas corridas facilitavam a interação, e acabámos por conhecer vários estudantes por ali, alguns de Erasmus, que nos disseram que à sexta feira é sempre ali que começa a noite. Nós estávamos de rastos, depois de nos termos deitado às 4 e levantado às 6 nesse dia, e o Giancarlo também não tinha muita vontade de sair, pelo que voltámos para casa ainda antes da meia-noite.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Eurobunny tour Amsterdão 3

Na quinta-feira era dia de trabalho para o Robert, pelo que levei o meu rabbit a alguns dos meus sítios preferidos da cidade. Começámos pelo Parque dos Museus, onde fica um dos meus museus preferidos, o Rijksmuseum, que é como quem diz, Museu Nacional, onde está exposto A Ronda Noturna, de Rembrandt e, sobretudo, alguns dos melhores trabalhos de Vermeer, como este 'A Leiteira'.



Logo ali ao lado, fica o Museu Van Gogh, onde levei o P a ver um dos meus quadros preferidos:



Demos uma voltinha a pé pelos canais (o tempo estava significativamente melhor que no dia anterior) e à Dam Square, ao Museu Madame Tussaud. Já tinha estado neste museu e no de Londres, e o de Londres é francamente melhor, mas o P queria lá ir e não lhe consegui negar isso.



Antes, porém, fomos a uma coffeeshop. Não vale a pena estar com rodeios, long story made short, eu já tinha experimentado e gostei, o P nunca tinha experimentado mas tinha curiosidade... fumámos uma ganzinha. A hora seguinte foi passada na maior risota, a certa altura riamos de nos estarmos a rir, o nonsense era tanto que a pouca sanidade mental que ainda retiamos nos aconselhou a guardar o spacecake que também comprámos para mais tarde.



Por causa da ganza ou não, as fotos do Madame Tussaud ficaram todas uma valente bosta, parecia que até a máquina tinha fumado. Se me virem na rua com marcas na pele é das chicotadas que tenho levado por as fotos do meu P com a Beyonce e Jennifer Lopez terem ficado tão tremidas que quase não se percebe quem está na foto. Sniff, sniff...

Anoitece cedo, e por isso quando saímos do Madame Tussaud já era demasiado tarde para o tour de barco pelos canais, uma coisa que queria muito fazer com o P. Acabámos por vaguear pela zona, até à Central Station, e jantámos no Wok to Walk, uma cadeia que também já vi em Portugal.

Às 6 tinhamos combinado encontro com o Robert, na Ópera. Todas as quintas os bilhetes da ópera não vendidos são disponibilizados a estudantes, a preços entre 5 e 10€ (o preço normal é de 50 a 100€). O meu lindo não estava nada excitado com a ideia da ópera, e até me disse que antes queria ver lojas de souvenirs - tenho tentado não falar deste drama da minha vida, mas é mais forte que eu: o P passa horas dentro das lojas de souvenirs, quer ver tudo e comprar tudo, e acusa-me de o estar sempre a despachar! - mas lá acedeu ao meu apelo de alguma cultura erudita nas nossas férias.

O Robert já lá estava, bem como um amigo dele (David) de 20 anos, e um amigo desse amigo. Mais tarde vim a saber que o David tinha acabado de conhecer esse amigo. Enquanto cá dois gays quando se querem conhecer combinam um café, na Holanda combinam uma ida à ópera, lol!

Fomos ver Romeu e Julieta, versão holandesa, pelo que não percebemos nada. Mesmo assim eu gostei, até porque fiquei sentado ao lado de uma velhinha de casaco de peles e grandes adornos que fez questão em me apresentar a neta.

Depois da ópera o Robert desafiou-nos a ir até uma discoteca gay. O David e o amigo alinharam logo, e nós também. Estas férias foram cheias de milestones, este seria mais um, a nossa primeira ida a uma discoteca gay. Pode não parecer grande coisa para quem já foi, mas nós nunca tinhamos entrado em nenhuma.

Passámos por duas discotecas, ambas a meio gás, e acabámos por ficar na discoteca Montmartre, onde o tema da noite era Festival Europeu da Canção. OMG! Não sei se alguma vez aqui disse, mas correndo o risco de ser escorraçado da comunidade gay, eu acho o ESC uma piroseira do pior! O meu P adora, claro. Sabe todas as músicas, quem ganhou, quem representou Portugal e em que lugar ficou... caso para dizer, sem comentários! Foi divertido, aparentemente todos conheciam as músicas menos eu, abanamos o capacete, o David e o amigo enrolaram-se um com o outro, o Robert foi abordado várias vezes mas não deu abébias a ninguém.

Ficámos todos por lá até ao fecho e viémos de taxi para casa. Só nessa altura disse ao P "amanhã de manhã vamos embora".

Out of topic: Seguindo o desafio do Sad Eyes, este é o meu fado preferido:

domingo, 27 de novembro de 2011

Eurobunny tour Amesterdão 2

Por sorte, no dia seguinte era precisamente quarta feira, o dia de folga do Robert, o que significou que tivemos direito a visita guiada. Antes, porém, ele foi levar o namorado Bastiaan ao aeroporto, e nós ficámos por casa a dormir mais um pouco. ;-)

O Robert adora andar a pé e, apesar de não ser natural de Amsterdão, vive ali há tantos anos que se sente um verdadeiro Amsterdamer. À medida que íamos caminhando pelas ruas, ele ia-nos explicando e desfazendo alguns mitos:
  • Amsterdão é a capital dos Países Baixos. Muitas pessoas não ficarão surpreendidas com esta informação, mas algumas (como eu) pensarão Mas então e Haia? Pois, em Haia ficam a maioria dos órgãos de governo do país, porém está constitucionalmente definido que a capital é Amesterdão, o facto dos órgãos de governo não estarem ali sediados é visto apenas como uma espécie de descentralização.
  • O nome correto do país é Países Baixos, apesar de ser comum chamar Holanda. Na verdade, a Holanda é apenas uma das regiões do país.
  • Drogas... esta não era mito para mim, que já lá tinha ido algumas vezes. Haxixe e cannabis são legais, pode-se efetivamente fumar um charro na paz. Os estabelecimentos que os vendem, prontos a fumar ou ao peso, são os coffeeshops. Nestes sítios não é permitido o consumo de álcool. Os cogumelos alucinogénicos já foram permitidos, mas o consumo foi interdito há uns anos, após o suicídio de uma adolescente que teve uma trip demasiado intensa. O Robert muito raramente fuma um charro, habitualmente no verão, com o namorado, no terraço da casa, enquanto vêm as estrelas. Que melosos...
  • Sexo! O Red Light District, um dos bairros de Amsterdão, é particularmente conhecido pela prostituição feita às claras, de um modo que chega a ser chocante. As prostitutas (a versão masculina é mais rara) exibem-se em montras, metem-se com quem passa e olha, e quanto são abordadas abrem uma porta por onde entra o cliente e fecham a cortina da montra. A 'sala de trabalho' é simples, um quarto e uma casa de banho. Quando terminam o serviço voltam novamente para a montra.

O primeiro sítio onde fomos, depois de percorrer algumas ruas com as casinhas típicas, altas e meias tortas, sempre com o gancho do cimo, foi comer a um sítio bem original: uma igreja! Ok, não era bem uma igreja, mas já foi. Nos anos 70 e 80 a Igreja Luterana passou por dificuldades económicas, e vendeu algumas das suas igrejas, que na sua maioria foram aproveitadas, mantendo a estrutura, para restaurantes, bares e discotecas. O sítio onde fomos era um restaurante/bar do médio oriente, chamado Bazar. Nunca tinha estado num sítio assim, mantiveram o coro, o altar, e inclusivamente os bancos dos fiéis. A sacristia é a cozinha, e no púlpito fica o bar. No exterior ainda mantém a imagem de um santo, lol.



Depois do pequeno almoço seguimos o percurso, ouvindo as explicações do Robert. As casas são estreitas e altas porque o terreno e os impostos sobre a área eram caros, pelo que a construção era sobretudo na vertical. Para evitar desperdiçar espaço as escadas de acesso aos vários andares eram minúsculas, e o gancho no cimo do prédio servia para içar tudo o que não pudesse ser levado de outra forma. Em alguns casos ainda se usam, mas a maioria das empresas de entregas têm gruas que levam as coisas directamente à janela de casa.



Por detrás das casas que vemos, há outras. Para não desperdiçar o espaço entre canais (os canais também têm uma história curiosa, mas ficará para outra altura), as famílias mais ricas viviam nas casas 'de primeira linha', e as com menos posses ficavam em casas nas traseiras. Como acontece frequentemente entre comunidades menos abastadas, há um espírito bairrista muito acentuado, e há concursos do bairro - digamos que é um pátio interior - mais florido.


Como não podia deixar de ser, o Robert também percebe imenso de arquitetura e art noveau, e lá ia explicando pormenores arquitetónicos e características das diferentes épocas de construção. Por exemplo, as casas que têm o topo 'em escadinha' são as mais antigas. Inicialmente eram quase todas de madeira, mas depois da cidade ser assolada por um incêndio que quase a destruiu por completo, o tijolo passou a ser o material dominante. Esta é uma das poucas de madeira que resistiu.



Entretanto a fome apertava, e o Robert levou-nos a comer na Universidade de Amesterdão. A comida era boa, essencialmente sanduiches com 'muitos verdes e pouco conduto', como diria depois o meu rabbit.
As pessoas têm todas um ar tão... social, não sei bem como explicar, são afáveis e sorridentes. Digo-vos, se o Holandês não fosse uma língua tão complicada, nem pensava duas vezes (tretas, eu falo Inglês e já tive hipóteses de ir para os Emirados e recusei - o que eu gosto mesmo é de me queixar!).

Depois do almoço continuou o passeio, passando por Nieuwmarkt (mais uma vez, lembrei-me do Psi e da sua saga pelo Theo), e com paragem mais adiante para um cappuccino no bar mais antigo da cidade.

Nieuwmarkt

Numa das principais praças da cidade, a Dam, já estava instalado um mix de feira de Natal e parque de diversões, com montanha russa, roda gigante e outras atrações. Ficámos por ali um bocadinho, e depois continuámos, em direcção à Warmoesstraat, o epicentro gay de Amsterdão. Atrás do Robert, entrámos pela primeira vez juntos numa sexshop, a RoB. Já estive em várias sexshops e até museus eróticos, mas nunca numa especificamente virada para o público gay. Agora digam-me, para que é que acham que isto serve?
Um saleiro? Ou talvez não...


A resposta fica para o próximo post. O meu palpite é que era um saleiro ou pimenteiro, mas estando numa sexshop... humm, não sei não!

Depois das aventuras na sexshop fomos a um centro comercial, o MagnaPlaza, que fica na antiga estação central de correios. Por fora é giro, por dentro é mais ainda e tem uma loja de uma cadeia que gosto, a Giordano.


Já era noite, e fomos petiscar ao Prik!, um bar gay que foi eleito como o melhor bar gay de Amsterdão no ano passado. O bar era simpático, com pessoal novo, naturalmente com bastantes gays, algumas lésbicas e um ou outro casal str8. A música, eletrónica soft, permitia conversar, e os sofás eram óptimos para descansar um pouco.


Já não tínhamos muita fome, mas fomos incapazes de confessar isso quando o Robert nos disse Vamos jantar a um sítio muito especial. Tratava-se de um restaurante etíope, um dos primeiros sítios onde o Robert e o Bastiaan tinham ido jantar. Desconhecia por completo a comida etíope. Em abono da verdade, de comida africana e para além dos PALOPs apenas conheço a tunisina, por termos lá ido em Maio. Assim, foi com alguma expectativa que fomos jantar ao Addis Ababa.

A primeira coisa que digo sobre a comida etíope é que se come com as mãos. No início pode parecer um pouco básico, mas quando se entra no espírito até é engraçado. Mas o que me surpreendeu bastante foi a bebida. Na Etiópia são comuns as cervejas com sabores, eu bebi uma cerveja de côco, e o P bebeu de banana, ambas fantásticas.

A Rembrandtplein é onde se concentram a maioria dos bares e discotecas. Mas há também um ou outro tesouro escondido. Numa porta discreta, entre um restaurante e um bar, fica uma cervejaria tradicional. Grandes alambiques de cobre e um ambiente sóbrio tornavam o espaço, apesar de grande, aconchegante. Cerveja não é bem a minha praia (tirando a da Etiópia, hehehe), mas uma vez que o nosso anfitrião era um expert (eu, pelo contrário, não sei distinguir uma pilsen de uma lager) cada um de nós escolheu uma cerveja diferente, e provámos de todas. Apesar de tudo, não fiz uma má escolha, a cerveja de mel era boa.

Quando saímos da cervejaria já era perto de meia-noite, e apesar de ser quarta feira a Rembrandtplein tinha alguma agitação. Acabámos por entrar numa discoteca, a Escape. Era noite de danças de salão e o cenário era caricato: imaginem uma discoteca apinhada, mas em que as pessoas estão aos pares a dançar um tango (como é que se dança um tango numa discoteca apinhada? talvez seja a vossa pergunta; a minha resposta é: venham à Escape numa quarta!).


Ficámos uns 20 minutos por lá. Nem eu nem o P sabemos danças de salão (se forem danças da terrinha ao som de Tony Carreira o meu lindo dá cartas), quanto ao Robert não percebi se sabia dançar ou não. Ele disse-nos que não, mas entrou no ritmo e começou a dançar com uma facilidade...

sábado, 26 de novembro de 2011

Eurobunny tour Amsterdão

Quando chegámos a Amsterdão caiu um pequeno dilúvio. Mandei uma mensagem ao Robert a avisar que ia-mos esperar um bocadinho no terminal até a chuva passar, ao que ele respondeu Sure, don't get wet for me! Ahahah, tem sentido de humor.

O Robert e o Bastiaan são... já estão a adivinhar, um casal gay, nos 30's e tal, que vivem juntos há 6 anos. Aceitaram acolher-nos em Amsterdão, e o Robert ficou super excitado em saber que toda a viagem estava a ser organizada no maior segredo.

Robert à esquerda, Bastiaan à direita.


 O Bastiaan ia viajar no dia seguinte, e por isso fizeram questão em fazer um jantar supimpa em casa deles. Pode parecer repetitivo, mas a casa deles... um apartamento remodelado, super cosy, numa daquelas típicas casas holandesas com um gancho no telhado para içar a mobília. 


A sala não tem cortinas. Quando lhes perguntei porquê, disseram-me We keep private business in the bedroom!

Quem me dera ter a casa sempre assim arrumada...


Têm um pequeno terraço privado, onde costumam fazer churrascadas no verão, com os amigos.

 O Robert trabalha apenas 4 dias por semana. Quando lhe perguntei porque não trabalhava os cinco dias, explicou-me: Tenho direito a uma folga semanal. Poderia prescindir dela e ganhar mais dinheiro, mas prefiro gozar o meu dia livre a meio da semana, assim torna-se mais fácil. Claro, com um ordenado líquido de uns 2300€, eu também não me importaria de não trabalhar à quarta-feira...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Eurobunny tour Bruxelas - Amsterdão

Uma das coisas que foi constante ao longo desta viagem foi o facto de o P nunca saber para onde ia, nem quando. Dizia-lhe apenas 'Prepara-te que amanhã vamos sair daqui', mas isso podia simplesmente ser mudar de anfitrião ou até ir para um hotel, não necessáriamente mudar de cidade (e de país).

Saímos de casa do Jelle, em Bruxelas, já em cima da hora para apanharmos o transporte para a próxima etapa. Seguindo a recomendação do Psi (once again), era para apanharmos o Thalys de Bruxelas para Amsterdão, mas porque os bilhetes mais baratos esgotam com muita antecedência, tivemos de ir de autocarro, de uma companhia internacional com autocarros pela Europa toda, a Eurolines.



Ainda bem, por vários motivos:

  • O autocarro atrasou-se uns 30 minutos (nada mau, uma vez que vinha de Itália), o que permitiu que o apanhassemos;
  • Atravessamos o centro de Gent e Antuérpia na Bélgica, Haia e Roterdão na Holanda. As duas últimas já conhecia, as duas primeiras não, mas fiquei com vontade de conhecer;
  • O terminal da Eurolines em Amsterdão fica a uns 500m da casa dos nossos anfitriões seguintes;
  • O preço de um bilhete Bruxelas - Amsterdão: 8€!!!

Durante a viagem para Amsterdão, tirei mais algumas folhas da minha mala, e foi sem surpresa que o P ouviu uma frase que começava a tornar-se comum... Quero apresentar-te duas pessoas.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eurobunny tour Bruxelas 2

O nosso segundo dia em Bruxelas foi bastante preenchido. Apesar de ter pena de não ter ficado mais um dia em Paris, ainda bem que isso permitiu mais um dia em Bruxelas, porque de facto apenas um dia é manifestamente insuficiente na 'Capital da Europa'.

Em vez de fazer uma descrição do dia, vou pôr algumas fotos com legenda, para aguçar a curiosidade de quem não conhece...
Museu da Banda Desenhada

Vista da Biblioteca Nacional

Bolsa de Valores


Olhem só para esta casa! Que conjugação velho-novo perfeita.

Estátua de Santo Everard 't Serclaes. Dizem que tocar no braço concede um desejo...

Gaston Lagaffe, ou não fosse a Bélgica o país da banda desenhada!

Um bocadinho da Grand Place, uma das praças mais bonitas do mundo! (já agora, vejam isto...)

O Jardim Botânico


Menneken Pis, que jamais me passou pela cabeça que fosse tão pequeno.

A cidade está cheia de murais a propósito de banda desenhada, este foi um dos mais giros que vi.

Catedral de Notre Dame de Bruxelas, por dentro não fica atrás da de Paris.

Palácio Real, palácio oficial da família real (sim, eles não têm governo mas têm rei)
À noite regressámos a casa para jantar com o nosso anfitrião, e depois ainda fomos sair, a um sítio muito original: o Delirium Café, que está no Livro do Guiness como sendo o bar com maior número de marcas de cerveja disponíveis - mais de 2000, dizem eles. O cardápio é quase uma lista telefónica, e na parte de Portugal encontrei não só as clássicas Sagres e Super Bock, mas também Abadia, Tango, Stout, Chopp (nem sabia que esta ainda existia), Bohemia... Fiquei convencido, mas, claro, bebemos cervejas belgas.
Já meio-alegres (e ainda bem porque fazia um frio do caraças) passámos pela Jeanneke Pis, a versão feminina do Menneken Pis. Não é tão conhecida nem tão antiga, mas não escapou à foto (que ficou muito má, por isso ficam com esta da net).