dois coelhos

Esta é a nossa história, dois rapazes destinados um para o outro, que se conheceram quando um tinha 20 anos e o outro 26.
Desde esse dia que a nossa vida mudou para sempre! E vocês são as nossas únicas testemunhas!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Las Vegas


Acordámos já perto da hora de almoço, e com uma fome descomunal. Por isso, vinha mesmo a calhar o sítio onde tinha ido planear almoçar: o buffet do Bellagio, tido consensualmente como o melhor buffet de Las Vegas nos vários fóruns e guias que consultei. O preço, surpreendentemente, não era exorbitante, 16.3€ por pessoa. Mais uma vez, sem grandes dificuldades, o GPS conduziu-nos a um dos casinos mais famosos do mundo, que inspirou e serviu de palco para o filme Ocean's Elevan, o Bellagio.


Há dois anos trás, quando fizemos o percurso dos Lagos Italianos no 'nosso' descapotável, passámos por Bellagio, uma pequena povoação encantadora na margem do Lago di Como. Nessa altura disse o P que haveríamos de ir ao Casino Bellagio, mas nunca imaginei que fosse num tão curto espaço de tempo.

Las Vegas é uma cidade para carros, pelo que o sistema de transportes públicos é muito fraco. Todos os casinos têm gigantescos parques de estacionamento gratuitos, por isso rapidamente estacionei o nosso American BunnyCar I no parque do Bellagio, e seguimos logo para o restaurante. Sem surpresas, foi dos melhores restaurantes onde já comi. Desde o marisco até às massas, doces, saladas, queijos, tudo era óptimo. Saímos de lá quase a rebolar, lol, e não fosse o café (talvez a única coisa menos boa, mas que bebemos em doses indústriais) teríamos de voltar para o hotel para uma siesta.


O buffet não é, claro, a única atração do Bellagio. Existem jardins botânicos com arbustos trabalhados espetacularmente,







uma galeria de arte com obras de Picasso e Monet, o lobby tem o tecto decorado com uma escultura invertida de vidro chamada Fiori di Como...


mas no very top, as Fontes do Bellagio. Eu gosto imenso de fontes luminosas e musicais, mas nunca vi nada assim. Não tenho palavras para descrever, a cada 15 minutos um novo espetáculo naquele lago artificial em frente ao casino deixou-me verdadeiramente hipnotizado. Passámos por lá várias vezes, durante o dia e à noite, cada vez com uma nova música e coreografia.


Do Bellagio seguimos para o Caesars Palace, outro dos mais famosos casinos da cidade. É aqui que Celine Dion actua mais de 70 vezes por ano, num espetáculo com uma produção monumental que já vi diversas vezes em DVD. Infelizmente, não estava a actuar na altura que estivemos na cidade (e mesmo que estivesse, os preços dos bilhetes eram proibitivos).


Todo o casino tem uma decoração inspirada na Roma Antiga, com imensas estátuas e bustos, mas o mais surpreendente é uma cópia à escala da Fontana de Trevi. Nunca vi a original, mas esta é muito bonita. Há também uma cópia de David, de Michelangelo, e numa das entradas laterais do casino encontramos outra cópia de estátua conhecida, a Vitória de Samotrácia, mas desta vez já estivémos junto da original.







No interior, aparte da decoração de acordo com o tema de cada um dos casinos, poucas diferenças há. Quase todos os casinos têm algum tipo de atracção gratuita para atrair os visitantes, a horas definidas. É o caso das Fontes no Bellagio que falei, a Queda de Atlantis no Caesars, as Sereias no Treasure Island ou o Vulcão no Mirage. Outras atrações estão permanentemente em exposição, coisas insólitas como a maior pepita de ouro do mundo (no Golden Nugget, claro), um habitat de tigres albinos (no Mirage), um habitat de felinos (incluíndo pumas, no Grand MGM) ou os espetáculos de circo contínuos no Circus Circus.

Ainda enfartados do almoço, seguimos ao longo da strip, a principal avenida dos casinos, entrando em quase todos para ver o tema, as decorações e o ambiente: Mirage (um dos casinos assaltado no filme Ocean's Eleven; tema: Polinésia Francesa); Treasure Island (piratas das Caraíbas); Palazzo e o Venetian (fantástico, com canais, gôndolas e gondoleiros a cantar, uma reprodução da Praça de São Marcos e respetiva torre, Ponte do Rialto, 8000 quartos!!!); Encore e Wynn; Harrah's (carnaval), Rio (Brasil e carnaval); Circus Circus (dá para perceber qual é o tema); Bally's; Paris Vegas (por dentro, uma recriação do bairro de Montmartre; por fora, uma cópia a 1/2 da Torre Eiffel, Arco do Triunfo, fachada do Louvre...), Planet Hollywood (ficção científica e, claro Hollywood, foi onde um filme que adorei - 21, A Última Cartada - foi filmado); Monte Carlo (inspirado no Mónaco); Grand MGM (safaris e vida selvagem); Tropicana (Miami style); Excalibur (inspirado em Camelot e druidas); New York New York (outro que se percebe facilmente a inspiração); Luxor (inspirado no Antigo Egito, é um dos meus preferidos; o foco de luz é visível a mais de 400km de distância!); Mandalay Bay (inspirado no sudeste asiático).

Circus Circus

Excalibur

Luxor

MGM Grand


New York New York

O Planet Hollywood é um casino um pouco mais... arrojado.


Paris Vegas, Bellagio e Caesars

Paris Vegas por dentro

Paris Vegas e Bally's

Treasure Island

Venetian

Interior do Venetian

Os tectos espetacularmente pintados

Uma pequena Praça de São Marcos

Torre de São Marcos

Encore e Wynn




Dá para disfarçar que eu adorei as fontes?


Não visitámos todos os casinos no mesmo dia, mas para não repetir assuntos referi-os todos, exceto o Stratosphere de que falarei no próximo post.

Não conseguimos jantar, de tal forma ainda estávamos cheios do almoço. Só comemos um gelado e um café já ao final da tarde. Bem vistas as coisas, saiu bem económico este dia.



terça-feira, 2 de abril de 2013

Washington - Las Vegas

Ao longo do nosso jantar de Halloween, para além de estarmos constantemente a ser interrompidos por criancinhas (e adultos também) a pedir doces, ainda tivémos tempo de conversar com os nossos novos amigos que nos acolheram na casa deles. Contaram-nos como se conheceram, como é cuidar e manter uma relação entre dois homens ao longo de 27 anos, e também um pouco sobre cultura americana. Apesar deles serem fantásticos, correspondem ao estereótipo que eu tinha dos americanos: baixa cultura geral em relação ao exterior, para eles a América está no centro do mundo, e sobre eles recai a responsabilidade do seu policiamento. Isto a propósito dos vários conflitos armados em que os Estados Unidos têm estado envolvidos, relativamente ao Iraque, em que o Douglas me dizia 'havia uma ameaça mundial, um líder que estava a por em causa a segurança de todo o planeta, para além de privar os seus cidadãos da democracia, e o mundo pediu aos Estados Unidos da América que os protegessem, que fossem àquele território hostil e tirassem de lá aquele ditador', referindo-se a Sadam Hussein. Estava incrédulo, afinal há de facto americanos assim (tal como previa o Francisco)!

No dia seguinte acordámos cedo. Tínhamos o avião para apanhar às 17h, e queria aproveitar o tempo que nos restava em Washington para ir ver mais algumas coisas. O Raymond e o Douglas já estavam a trabalhar no escritório, na mesma rua. Fomos até lá combinar os detalhes do dia, depois demos uma volta pelo bairro e fomos comprar algumas coisas para comermos durante o dia (só calorias, claro). Ainda parámos na Radio Shack, uma conhecida cadeia de lojas tipo Worten, para comprar mais um cartão de memória para  máquina fotográfica. É que o dedo nervoso do P já tinha disparado mais de 2000 vezes...




De volta ao National Mall, onde se concentram a maioria das atrações da cidade, começamos pelo World War II Memorial,


e depois pelo Vietnam Memorial War. Talvez por ter sido um evento mais recente, era possível ver a comoção de muitos visitantes, que procuravam os nomes dos seus famíliares na extensa lista de combatentes mortos. O próprio Douglas falou-nos de um tio que morreu na Guerra do Vietname, e percebemos a importância simbólica que tem para os americanos. É estranho, porque ao contrário do que me aconteceu em Berlim, no Museu Topographie des Terrors, em que senti um peso enorme no peito pela tragédia que aquilo representava, ali em Washington não senti qualquer tipo de emoção apesar da quantidade de pessoas ali comovidas.

O Lincoln Memorial fica logo ali. Lincoln foi um dos presidentes mais queridos dos americanos, situação à qual o filme de Spielberg não é alheio.

Ao lado fica mais um memorial, desta vez à Guerra da Coreia. É lá que está inscrita a conhecida frase 'Freedom is not Free'.


E estava concluído o passeio! Voltámos para casa do Raymond e do Douglas, e depois das despedidas e convites a voltarmos a Washington sempre que quiséssemos (como se fosse ali ao virar da esquina), o Douglas levou-nos ao aeroporto Ronald Reagan, o principal dos três aeroportos que serve a capital americana, mas que fica já no Estado da Virginia.

O Pentágono, visto do avião logo após levantar voo.

Depois do check-in fomos almoçar a fazer algum tempo até ao voo, às 17h. Estava um pouco preocupado, porque ainda não tínhamos alojamento marcado para Las Vegas, e já só faltavam 6 horas para chegar. Para quem me conhece, parece um pouco estranho como é que um overplanner como eu deixei passar este pormenor, mas a explicação é simples, e tem a ver com o pricing do alojamento em Las Vegas (e que pode ser extrapolado para muitos outros lados): o preço de um quarto de hotel começa a subir com 6 meses de antecedência. Se fizerem a reserva antes dos 6 meses conseguirão um bom preço. A partir daí, cada dia que passa ficará mais caro. Como planeei a viagem com menos que essa antecedência, quando fui consultar os preços já estavam em valores um bocado elevados para o orçamento da viagem. Fazer couchsurfing não era opção, porque como dizia o nosso querido João Máximo, ficar em Las Vegas teria de ser numa suite de um hotel-casino (e cometer alguns excessos...). O pormenor interessante é que os preços dos quartos de hoteis desce abruptamente nas 24 horas antes (é o chamado last minute), para valores até inferiores aos iniciais. Por isso, se não se reservar o quarto com mais de 6 meses de antecedência, vale a pena esperar até à véspera ou ao próprio dia. Mas... há dois factores de vêm baralhar o esquema dos quartos de hotel baratos: os feriados e férias americanos e os jogos e convenções. E logo por azar, precisamente quando nós íamos estar em Las Vegas juntavam-se esses dois factores, o Halloween na véspera e a terceira maior convenção americana, que reunia 200 000 pessoas da indústria automóvel. Bolas!

Foi já em Phoenix, numa escala de 1h, que reservei o quarto, no Vegas Club Hotel & Casino, por 43 euros por duas noites.

Quando aterrámos em Las Vegas já era noite, e como o aeroporto fica muito perto da cidade a vista é espetacular.  A primeira coisa que vimos, imediatamente após a saída do avião, foi, claro, Slot Machines.


Aeroporto de Las Vegas

Tinha reservado um carro para 6 dias, por isso fomos até à zona das rent-a-car levantar o nosso american bunnycar. Mais uma vez, não havia nenhum carro da categoria escolhida (a segunda mais básica) disponível, por isso ofereceram-nos um upgrade gratuito para um carro de categoria superior. Estava um pouco nervoso... nunca tinha conduzido um carro com mudanças automáticas nem não sabia que regras de trânsito poderiam ser diferentes nos EUA. Ligámos o GPS (o mesmo que na Escócia nos fez andar perdidos em estradas de terra batida e propriedades particulares) e seguindo as indicações lá chegámos ao nosso hotel.

Las Vegas tem basicamente duas zonas turisticamente importantes: a Strip, que é a avenida principal ao longo da qual, por 7 km, se estendem os casinos mais famosos e modernos do mundo - Luxor, Bellagio, Caesers, Paris Vegas, MGM, Planet Hollywood, Stratosphere... you name it! A outra zona, mais para norte, é a Las Vegas mais antiga, onde verdadeiramente surgiu a indústria do jogo americana, a zona de Freemont. Há 20 anos, antes de começarem a surgir os grandes casinos da Strip, o coração de Las Vegas era aqui. Foi onde ficámos.



O quarto do hotel era gigante, com duas camas king-size. Uma das paredes era a janela, com uma vista espetacular, do alto do 24º e penúltimo andar. O P estava cansadito e pensava que já era altura de ficar pelos aposentos, mas lá o convenci a dar uma voltinha à rua. Ali mesmo ficava a Fremont Street Experience, uma rua pedestre de 500 metros coberta por painéis LED, música e bailarinos, que a transformam numa autêntica sala de espetáculos gigante. De um lado e de outro os néons dos casinos encandeavam, com enormes salas de jogo e slot machines. Comemos ali na rua, bem à americana, para depois irmos estrear o nosso quarto, bem à portuguesa. ;)


U2 - I Still Haven't Found What I'm Looking For, videoclip oficial com a Fremont Street como palco.