dois coelhos

Esta é a nossa história, dois rapazes destinados um para o outro, que se conheceram quando um tinha 20 anos e o outro 26.
Desde esse dia que a nossa vida mudou para sempre! E vocês são as nossas únicas testemunhas!

sábado, 28 de abril de 2012

¡Hasta pronto!

Depois de uma viagem divertida e muito em conta a Santiago de Compostela numa excursão com vendas dessas que costumam entreter os seniores deste país, disse ao P em Setembro que tinha reservado dois lugares numa excursão de duas semanas ao sul de Espanha (detalhes aqui, aqui e aqui). A excitação dele foi tão pouca que se os extremos se tocassem ele estaria quase a rebentar de excitação.


Na altura usei o blog e outras estratégias para manter secreta a nossa primeira eurobunny tour.

Começamos hoje uma semana de férias, e desta vez vamos mesmo para a Andaluzia, não numa excursão da Terra Nostra ou da Mister Charly, mas no nosso bunnycar. Acabei de reservar os hoteis pelo booking. Vamos ficar duas noites em Sevilha e uma noite em Córdoba, Granada, Málaga e Algeciras. Se tudo correr bem, talvez vamos a Marrocos também.




Peço desculpa aos bloggers-revelação, porque ainda não tive tempo de todo de dar a merecida vista de olhos nas suas tocas. E parabéns ao Sad Eyes pelo sucesso do Pixel, onde vergonhosamente voltei a não participar. 

Os posts do resto da nossa viagem europeia vão continuar, se a publicação programada aqui da toca não falhar.

¡Hasta pronto!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Budapeste 2

O nosso segundo dia em Budapeste na verdade era o primeiro, porque no dia anterior já não tínhamos saído de casa.

Saímos de casa cedo. Quando ficamos em sofás de desconhecidos (que depois se tornam amigos) temos de nos sujeitar às suas regras: o Dezsö e o Gusztáv sairam de casa logo de manhã, e nós saímos com eles. Regressaríamos a casa quando eles regressassem também. No worries! 

Tinha comprado, logo no aeroporto, o Budapest Card, que para além dos transportes dá desconto numa série de museus e atrações, para além de incluir um guia e dois walking tour gratuitos. Acabou por não ser um grande investimento porque nos relaxámos um bocado e não aproveitámos nenhum dos walking tours. Shame on me!

Começámos pela Ópera de Budapeste, segundo os experts uma das mais bonitas da Europa, feita à imagem da Ópera de Viena. Nunca fui a Viena (e estupidamente não entrei na Scala de Milão), mas posso dizer que esta é muito bonita, em estilo neo-renascentista do séc. XIX (ter um amigo que é guia turístico tem destas coisas...).



Seguimos a Avenida Andrássy, uma das principais avenidas da capital húngara, cheia de lojas de luxo, cafés e restaurantes e... encontrámos estes senhores:

Sempre fui um bocado avesso a autocarros empacotados de turistas, com fones nos ouvidos, a ouvir uma qualquer narração enquanto o autocarro circula pela cidade. Gosto de planear as minhas viagens, decidir o que me interessa ou não, caminhar a pé e usar os transportes públicos. Porém, havia alguns factos a ter em conta: estavamos ambos cansados; ainda não recuperados da amigdalite; não tinha tido muito tempo para preparar a estadia em Budapeste.... não foi difícil o P convercer-me a comprar dois bilhetes por uns 14€ cada, e sentar o cú no segundo piso de um destes autocarros descapotáveis e deixar-me levar pela narração gravada em português com um sotaque que não consegui identificar, talvez húngaro.

Saímos e entrámos no autocarro diversas vezes. Passámos pela Praça dos Heróis,


a Estação Este, também do final do sec. XIX.

Depois de passarmos para o outro lado do Danúbio saímos em Buda, junto à Citadela e ao Monumento à Liberdade, na Colina de Gellért. Do topo desta colina tem-se uma das melhores vistas de Buda e de Peste, com o Danúbio pelo meio. Já agora, uma curiosidade: chama-se Colina de Gellért em honra do Bispo Gerard Gellért, propagador do cristianismo na Hungria. Houve quem não gostasse muito dele e uns quantos pagãos húngaros enfiaram-no num barril e toca de o mandar pela colina abaixo até ao rio.

A Citadela foi construída pelos Habsburgos,  depois da Revolução Húngara de 1848. Foi também palco da ocupação soviética quando em 1956 tanques soviéticos tomaram aqui posições para disparar contra a cidade.

Ao lado fica a Estátua da Liberdade, construída em 1947 em honra da libertação da Hungria das forças nazis durante a 2ª Guerra Mundial.

Depois apanhámos outro autocarro que estava a passar para o Castelo de Buda, onde funciona o Museu de História de Budapeste, o Museu Nacional Húngaro e a Galeria Nacional. De todos os lados as vistas são excelentes.


Ali perto chama também a atenção a Igreja de S. Matias e o Bastião dos Pescadores, que apesar do seu aspecto de estrutura defensiva nunca serviu esse propósito, tendo sido construído há apenas 100 anos, no local onde havia um mercado de pescadores.



Queríamos ir ao Hospital in the Rock, um bunker gigantesco que foi usado como hospital e quartel secreto durante a 2ª Guerra Mundial, mas só são permitidas visitas guiadas a horas definidas, pelo que teve de ficar para o dia seguinte.

Fizemos então o caminho a pé até ao rio, passando pela Igreja Protestante de Budapeste, construída em 1892...

Atravessámos a Ponte das Correntes a pé...

... e por uma rua bem gira acima...

... chegámos à Basílica de Santo Estêvão. 

Aqui estava o Gusztáv à nossa espera, depois de mais um dia de aulas e de um tour com turistas alemães durante a tarde. Ainda nos deu algumas explicações sobre a arquitetura da Igreja (vários arquitetos foram responsáveis durante os 50 anos da sua construção; o resultado foi tão bom que a abóbada colapsou e tiveram de construir tudo do início), e, mais interessante ainda, algumas curiosidades: São Estêvão foi o primeiro rei cristão da Hungria. Acreditava-se que a sua mão direita era incorruptível, por isso conserva-se mumificada dentro da basílica, e é possível vê-la. Creepy

Entretanto o Gusztáv tinha combinado jantarmos com uns amigos dele. Encontrámo-nos todos na Rua Nagymezö, uma espécie de Broadway de Budapeste com uma série de pequenos teatros e salas de espetáculos e restaurantes e cafés com muito bom ar, e fomos jantar ao Restaurante Eklektika, um restaurante lésbico. Foi a minha estreia em restaurantes lésbicos (ou melhor, foi a minha estreia em tudo o que é lésbico!). Apesar dos clientes serem maioritariamente mulheres, havia alguns homens também. Nós eramos seis: eu e o P, o Gusztáv e o Dezsö, e os dois amigos deles, namorados, que eram gays rastas (mais uma novidade!).


Depois do jantar fomos tomar café a um sítio que não sei descrever em português: um bookcafe. Na pratica é um café dentro de uma livraria, mas a zona do café deixou-me com o queixo no chão:





Vim a saber mais tarde que é um dos cafés mais bonitos do mundo, estilo Art Noveau (onde é que eu já ouvi isto?) com influência egípcia. Pareço um burro a olhar para um palácio!

Depois de deixarmos os amigos deles ainda fomos beber um copo ao Szimba Kert, e mais uma vez não queria acreditar. É provavelmente um dos sítios mais originais onde estive. Faz-me lembrar um pouco a Pensão Amor, aqui em Lisboa, mas muito maior e mais giro (vi agora que a Rotas&Destinos escolheu o Szimba Kert como o melhor bar de Budapeste). Por mim tinha lá ficado a noite toda (havia também pista de dança) mas o Dezsö tinha aulas e o Gusztáv trabalhava no dia seguinte.





quarta-feira, 25 de abril de 2012

Budapeste 1

Saímos de Berlim por volta do meio-dia. Finalmente começava a sentir-me melhor da febre e amigdalite, foi uma pena que não tivesse ido ao hospital mais cedo.


Quando chegámos ao aeroporto de Budapeste tínhamos alguém à nossa espera: o Dezsö. O Dezsö tem 26 anos e namora com o Gusztáv, 40 anos. São o casal que nos acolheu no seu sofá durante os nossos 4 dias em Budapeste. O Dezsö está a estudar engenharia, o Gusztáv é professor de história e guia turístico. Hehehe, mesmo a calhar!


O apartamento deles é um T1 novo, simples e simpático, perto do metro. Depois de nos instalarmos ajudámos o Dezsö a fazer o jantar, uma espécie de Goulash típico húngaro, chamado gulyásleves, sem ingredientes estranhos (para o P não torcer o nariz). Estava muito bom, talvez um pouco picante demais para o P mas eu adorei.

Depois do jantar ficámos na conversa até quase à 1 da manhã. Falámos sobre a vida em Portugal, os problemas recentes com o governo húngaro, as alterações à Constituição, a liberdade de expressão, as diferenças de idade nas relações... 




terça-feira, 24 de abril de 2012

Berlim 4

No nosso penúltimo dia em Berlim ainda não tínhamos começado a sentir melhoras, por isso só saímos de casa já depois do meio-dia. Começámos por ir visitar um sítio imprescindível em Berlim, o Checkpoint Charlie, uma das poucas passagens de Berlim Ocidental para Berlim Oriental para diplomatas e visitantes estrangeiros. Já lá tínhamos estado no primeiro dia, à noite, mas agora deu para ver o museu e deixar uma marca no livro de visitas...





Um amigo tinha-me dito para ir ao Schwules Museum, o Museu Gay e Lésbico de Berlim, supostamente um dos melhores do mundo. Não tenho termo de comparação, mas gostei muito do museu. À entrada são emprestados guias para a exposição, e até havia em Português. Com uma sequência cronológica, é mostrada a evolução da cultura gay na Europa, com algumas salas reservadas, claro, ao período do Nazismo.







Depois apanhámos o metro para Friedrichstrasse, porque queríamos tirar mais umas fotos em frente do Reichstag num dia que finalmente estava sol. Dali à Chancelaria Alemã é um pulinho e vale a pena.






Em Berlim quase que se pode dizer que não vale a pena apanhar autocarros turísticos. Dois dos autocarros normais dos transportes públicos de Berlim fazem um percurso praticamente idêntico aos autocarros turísticos. São os autocarros 100 e 200. Claro que a uma pechincha destas não pudemos dizer que não! 


Passámos pela Haus der Kulturen der Welt (qualquer coisa como Casa da Cultura do Mundo), um centro de arte contemporânea,

pelo Palácio de Bellevue, residência oficial do Presidente Alemão,

atravessa-se o Tiergatan, um dos maiores parques abertos da Europa, 


e a Catedral de Berlim.



Saímos do autocarro nesta altura, para tirar mais umas quantas fotos, e já que estávamos por ali aproveitámos para visitar a Igreja de Santa Maria

e a Câmara Municipal de Berlim.

Apesar de haver partes do Muro de Berlim expostos em vários pontos da cidade e até à venda como souvenir, uma parte ainda se mantém no sítio original, formando uma curiosa galeria de arte ao ar livre: a East Side Gallery, com cerca de 1.3km, que percorremos com nó na garganta.

Para acentuar o dramatismo, fomos ainda visitar o museu Topographie des Terrors, no local onde se localizavam os serviços centrais da Gestapo e das SS. Adorei o museu, e só tive pena de não ter tempo para explorar cada pormenor.

Voltámos às Portas de Brandenburgo porque me tinha esquecido de visitar uma coisa. Apesar de já ser noite, ainda fomos dar uma espreitadela ao Memorial do Holocausto, que me tinha passado completamente.