No segundo dia em Nova Iorque começámos por explorar a zona do
Jack, o bairro de
Chelsea e a
Village. A uns 2 quarteirões (tudo se mede em quarteirões, que basicamente correspondem a cada quadrícula do mapa de
Manhattan) da casa do
Jack fica a
High Line, construída em 1847 com um objetivo totalmente diferente do seu uso atual. Inicialmente era uma via ferroviária elevada, ou seja, uma ponte por onde passavam combóios (que inclusivamente atravessa edifícios) que abasteciam de mercadorias a área do
Meatpacking District. Porém, as pressões do
lobby dos transportes rodoviários de mercadorias levaram a que a linha fosse desativada, e posteriormente deixada ao abandono. Finalmente, em 1999, numa altura que se falava em demolir a estrutura,
um grupo de pessoas conseguiu algo estupendo: não só evitaram a sua demolição como conseguiram transformar estes quase dois quilómetros de ponte... num parque. Já conhecia a história de um documentário do
National Geographic (
não encontrei esse mas este é igualmente bom), mas ao vivo é muito melhor!
Na esquina desse quarteirão fica a
The Magnolia Bakery, que é provavelmente a loja de
cupcakes mais famosa do mundo. Não sou grande fã de
cupcakes, mas não podiamos evitar comprar ali um, um autêntico
cliché.
Mais do que chuva, o vento e frio eram agressivos. Tinha levado sapatilhas porque toda a gente me disse "
em Nova Iorque prepara-te para andar", e a maioria do tempo... tinha os pés frios.
Andando mais um bocado a pé, chegámos a um marco que, como gays, não poderíamos evitar:
The Stonewall Inn, um local mítico na história dos direitos dos homossexuais quando, em 1969, foi alvo de um violento confronto entre polícias e clientes do bar. O bar estava fechado, e parece que o negócio não tem corrido muito bem. Desde 1969 já ocuparam aquele espaço um restaurante chinês, uma sapataria e uma loja de sandwiches e
bagels. Desde 2007 que é novamente o
The Stonewall Inn, where pride began! A
Gay Street, que não tem nada a ver com gays exceto no nome, fica também ali ao pé.
Mais 10 minutos e chegámos à
Washington Square, um parque muito giro, com um Arco do Triunfo, construído na celebração dos 100 anos da presidência de
George Washington. Este parque serve também de campus à
New York University, e por isso estava cheio de estudantes a comerem as suas marmitas.
Do lado oposto ao
Washington Arch fica a
Judson Memorial Church, uma igreja baptista que viria a ter relevância nos dias seguintes.
Apanhámos o metro para
Battery Park, bem na ponta sul de
Manhattan. Daqui saem os
ferries para
Staten Island (estes ferries são gratuitos, a vista para a cidade é espetacular e é um dos melhores segredos
lowcost de Nova Iorque). Porém, havia outro
ferry à nossa espera: o que nos levaria à Estátua da Liberdade.
Os procedimentos de segurança são do género aeroporto, antes de embarcar e depois de chegar à
Liberty Island. É possível subir à cabeça da estátua, mas esses bilhetes esgotam com muita antecedência. Com menos antecedência também esgotam os bilhetes para entrar no pedestal da estátua, mas como tinha comprado online não corri esse risco. Os bilhetes mais básicos permitem apenas visitar a ilha, mas não entrar na base da estátua.
Ficámos umas 2h30 por lá. O bilhete incluia ainda uma visita a
Ellis Island, onde chegavam milhões de imigrantes de todo o mundo entre 1892 e 1954, devido ao mau tempo que se avizinhava já não fomos a tempo da visita a essa ilha.
De volta a
Battery Park, fomos ao
Castel Clinton, uma forte que também serviu de entrada na busca do sonho americano a 8 milhões de pessoas, de 1855 a 1890, entre eles,
Joseph Pulitzer, em honra dos quais são atribuidos os prémios
Pulitzer, enquanto comíamos
bagels.
Toda a cidade é muito cinematográfica, especialmente a baixa de
Manhathan. Estar ali com o P encheu-me o coração de alegria. Nunca tive o desejo de ir a Nova Iorque, mas sabia que isso era um sonho para ele. Pelo contrário, a viagem a Paris era um sonho de ambos,
mas para mim tinha um significado especial. Ver o P ali em
Manhathan tal como o vi em Paris, apesar de todas as merdas que se passam nas nossas vidas e das dificuldades que passamos para manter esta relação, fez-me sentir o homem mais feliz do mundo.
Voltámos ao metro, para irmos ao edifício mais alto de Nova Iorque, o
Empire State Building. Um bom truque é ir ao final da tarde, para poder ver lá de cima o anoitecer e as luzes da cidade a acender. Conseguimos isso, e deixem que vos diga que a vista é espetacular. Sem dúvida, subir ao
Empire State Building é um marco inevitável numa viagem à
Big Apple. Só foi mesmo pena que a máquina fotográfica não seja melhor, mas um dia havemos de ter uma máquina com objectivas maiores que os nossos piços (quando vejo alguém com máquinas fotográficas com grandes lentes e objetivas digo que é para compensar os piços pequenos).
Saímos do
Empire já tarde. Tínhamos combinado jantar com o
Jack, mas antes do jantar fizemos a degustação de um vinho e um queijo que lhe tínhamos levado de cá. Depois fomos jantar a um restaurante mexicano ali perto, muito
posh. O
Jack ofereceu-nos o jantar. Voltámos para casa, mais um copo de vinho e fomos dormir.