Depois de uma semana atribulada, mas também muito divertida, voltámos de Viena no passado domingo, no mesmo voo onde regressou a comitiva portuguesa, alguma comunicação social, e a maior concentração de gays giros num só avião que já vi.
Há meses que andava a preparar uma viagem surpresa ao P, para assistirmos ao festival. Ao contrário da viagem a Paris, em que ele estranhou porque raio eu comprei dois sacos-cama, garrafas de vinho e queijos em vésperas de uma excursão de camioneta pelo sul de Espanha, desta vez consegui não levantar a mínima suspeita, mesmo quando lhe disse "é melhor levar um casaco e cachecol, que as noites em Istambul são frias".
Foi só no momento do check-in que se apercebeu do que estava a acontecer. Não exteriorizou muito (raramente o faz, ao contrário de mim), mas não parava de dizer "Vamos para Viena???". Gosto de o ver sorrir, e naquele momento, juro-vos, ver aquela cara de felicidade tornou-me por minutos a pessoa mais feliz do mundo!
À chegada ao aeroporto de Viena, apanhámos a forma mais económica de chegar ao centro da cidade, o comboio. Sem grandes confusões, por 2.20€ e 40 minutos depois, estavamos em Wien Mitte, a principal estação da capital austríaca. O City Airport Train era mais apelativo, mas custava cinco vezes mais e apenas poupava 15 minutos no percurso.
Para as deslocações na cidade, depois de algumas contas, optei por comprar um passe semanal para cada um. Por 16.20€ ficámos com um bilhete válido de segunda a segunda, em todos os transportes públicos da cidade (o custo de uma única viagem de metro é de 2.20€). Os bilhetes para o festival conferiam o direito a utilizar os transportes públicos gratuitamente (em alguns sites dizia que apenas 4 horas antes e depois de cada espetáculo), mas ainda assim, compensou.
Reservei um apartamento pelo booking.com, no centro da cidade, a 50 metros de uma estação de metro. 510€ não é exatamente um preço que esteja habituado a pagar por alojamento, mas depois de consultar meia-dúzia de sites, revelou-se um preço em conta para a oferta disponível. Na semana do festival os preços mais do que duplicavam. Havia hostels a pedirem mais de 30€ por beliche em quartos de 8 pessoas, e o objectivo da surpresa é que o P se sentisse bem, e ele torce sempre o nariz a hostels e couchsurfing (com muita pena minha)...
Ao chegarmos ao apartamento, fomos recebidos por uma rapariga arménia (mau...), responsável pela limpeza do apartamento. Ficou surpreendida de chegarmos tão cedo (eram umas 16h), e pediu uns minutos para terminar a limpeza. Um quarto de hora e dois cafés depois na esplanada ao lado da porta, veio-nos chamar. O apartamento correspondia ao esperado, paguei o acordado, felizes da vida. Cerca de uma hora depois tocam insistentemente à campainha. Vou ver, dois casais nos 60's, ingleses, garantem-me ter uma reserva para o mesmo apartamento. Oi?
Long story made very short, vem a dona da casa (que por acaso é argentina), eu mostro a reserva (milagrosamente deu-me para a imprimir antes de sair de casa), os ingleses mostram a reserva, e ela diz "isto é um overbooking" e devolve-nos o dinheiro. Por coincidência, eu tenho um amigo que trabalha em hotelaria. Por coincidência ainda maior, ainda há poucas semanas falámos de overbookings em hotéis. Resultado, pagou-nos uma noite num hotel (uns 100€), e procurei um apartamento no Airbnb, que nunca tinha usado. Foi assim que acabámos em Stadlau, uma zona periférica de Viena (em comparação com Lisboa, diria que ficámos em Odivelas). Com isto acabámos por poupar uma noite, e o novo apartamento ficou mais barato que o inicial (352€). Apesar de ser mais distante do metro (cerca de 1km), o apartamento era francamente melhor.