e depois pelo
Vietnam Memorial War. Talvez por ter sido um evento mais recente, era possível ver a comoção de muitos visitantes, que procuravam os nomes dos seus famíliares na extensa lista de combatentes mortos. O próprio
Douglas falou-nos de um tio que morreu na Guerra do Vietname, e percebemos a importância simbólica que tem para os americanos. É estranho, porque
ao contrário do que me aconteceu em Berlim, no Museu Topographie des Terrors, em que senti um peso enorme no peito pela tragédia que aquilo representava, ali em
Washington não senti qualquer tipo de emoção apesar da quantidade de pessoas ali comovidas.
O
Lincoln Memorial fica logo ali.
Lincoln foi um dos presidentes mais queridos dos americanos, situação à qual o filme de
Spielberg não é alheio.
Ao lado fica mais um memorial, desta vez à Guerra da Coreia. É lá que está inscrita a conhecida frase '
Freedom is not Free'.
E estava concluído o passeio! Voltámos para casa do
Raymond e do
Douglas, e depois das despedidas e convites a voltarmos a
Washington sempre que quiséssemos (como se fosse ali ao virar da esquina), o
Douglas levou-nos ao aeroporto
Ronald Reagan, o principal dos três aeroportos que serve a capital americana, mas que fica já no Estado da
Virginia.
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O Pentágono, visto do avião logo após levantar voo. |
Depois do check-in fomos almoçar a fazer algum tempo até ao voo, às 17h. Estava um pouco preocupado, porque ainda não tínhamos alojamento marcado para
Las Vegas, e já só faltavam 6 horas para chegar. Para quem me conhece, parece um pouco estranho como é que um
overplanner como eu deixei passar este pormenor, mas a explicação é simples, e tem a ver com o
pricing do alojamento em
Las Vegas (e que pode ser extrapolado para muitos outros lados): o preço de um quarto de hotel começa a subir com 6 meses de antecedência. Se fizerem a reserva antes dos 6 meses conseguirão um bom preço. A partir daí, cada dia que passa ficará mais caro. Como planeei a viagem com menos que essa antecedência, quando fui consultar os preços já estavam em valores um bocado elevados para o orçamento da viagem. Fazer
couchsurfing não era opção, porque
como dizia o nosso querido João Máximo, ficar em
Las Vegas teria de ser numa suite de um hotel-casino (e cometer alguns excessos...). O pormenor interessante é que os preços dos quartos de hoteis desce abruptamente nas 24 horas antes (é o chamado
last minute), para valores até inferiores aos iniciais. Por isso, se não se reservar o quarto com mais de 6 meses de antecedência, vale a pena esperar até à véspera ou ao próprio dia. Mas... há dois factores de vêm baralhar o esquema dos quartos de hotel baratos: os feriados e férias americanos e os jogos e convenções. E logo por azar, precisamente quando nós íamos estar em Las Vegas juntavam-se esses dois factores, o
Halloween na véspera e a terceira maior convenção americana, que reunia 200 000 pessoas da indústria automóvel. Bolas!
Foi já em
Phoenix, numa escala de 1h, que reservei o quarto, no
Vegas Club Hotel & Casino, por 43 euros por duas noites.
Quando aterrámos em
Las Vegas já era noite, e como o aeroporto fica muito perto da cidade a vista é espetacular. A primeira coisa que vimos, imediatamente após a saída do avião, foi, claro,
Slot Machines.
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Aeroporto de Las Vegas |
Tinha reservado um carro para 6 dias, por isso fomos até à zona das
rent-a-car levantar o nosso
american bunnycar.
Mais uma vez, não havia nenhum carro da categoria escolhida (a segunda mais básica) disponível, por isso ofereceram-nos um
upgrade gratuito para um carro de categoria superior. Estava um pouco nervoso... nunca tinha conduzido um carro com mudanças automáticas nem não sabia que regras de trânsito poderiam ser diferentes nos EUA. Ligámos o GPS (
o mesmo que na Escócia nos fez andar perdidos em estradas de terra batida e propriedades particulares) e seguindo as indicações lá chegámos ao nosso hotel.
Las Vegas tem basicamente duas zonas turisticamente importantes: a
Strip, que é a avenida principal ao longo da qual, por 7 km, se estendem os casinos mais famosos e modernos do mundo -
Luxor,
Bellagio,
Caesers,
Paris Vegas,
MGM,
Planet Hollywood,
Stratosphere...
you name it! A outra zona, mais para norte, é a
Las Vegas mais antiga, onde verdadeiramente surgiu a indústria do jogo americana, a zona de
Freemont. Há 20 anos, antes de começarem a surgir os grandes casinos da
Strip, o coração de
Las Vegas era aqui. Foi onde ficámos.
O quarto do hotel era gigante, com duas camas
king-size. Uma das paredes era a janela, com uma vista espetacular, do alto do 24º e penúltimo andar. O P estava cansadito e pensava que já era altura de ficar pelos aposentos, mas lá o convenci a dar uma voltinha à rua. Ali mesmo ficava a
Fremont Street Experience, uma rua pedestre de 500 metros coberta por painéis LED, música e bailarinos, que a transformam numa autêntica sala de espetáculos gigante. De um lado e de outro os néons dos casinos encandeavam, com enormes salas de jogo e
slot machines. Comemos ali na rua, bem à americana, para depois irmos estrear o nosso quarto, bem à portuguesa. ;)