Estamos de volta, após 11 curtos dias de férias, que passaram a voar. Acho que voltámos mais cansados do que quando partimos, mas felizmente ainda temos dois ou três dias para pôr o sono em dia.
As férias correram lindamente e foram recheadas de surpresas. Infelizmente algumas condicionantes externas obrigaram a alterações de planos, mas da mesma forma que quando se fecha uma porta, abre-se uma janela, estas alterações ajudam a reforçar a ideia que queremos voltar a alguns sítios.
Para ser o mais fiel possível à sequência de acontecimentos e à forma como o P os percepcionou, vou fazer o relato segundo o ponto de vista dele.
Como tinha dito aqui anteriormente, a versão oficial para o meu P é que iamos integrar uma excursão de autocarro de 10 dias pelo sul de Espanha, projecto no qual ele não estava nada excitado. Eu não me importei nada com isso, uma vez que era tudo mentira e a viagem de avião já estava comprada há vários meses.
Quando entrámos no taxi, aqui à porta, já atrasados, pedi ao taxista que nos levasse para a Rotunda do Relógio (tinha dito ao P que era lá o meeting point para a excursão). Nesse momento, se ele ainda tinha alguma esperança que houvesse alguma surpresa, perdeu-as todas. Vi perfeitamente nos olhos dele um sentimento de desilusão.
Já perto da Rotunda do Relógio (para quem não conhece Lisboa, fica perto do aeroporto) disse ao taxista "Olhe, leve-nos antes para a as partidas do aeroporto". O P passou de um estado de conformação para um estado de grande estupefação, tipo coelho com as orelhas no ar, e algum pânico também. Disse-me logo "O que estás a fazer? Eu disse à minha mãe que íamos de autocarro". Ahahah, eu sabia que ele iria dizer isso.
Só lhe revelei o destino já na fila do check in, quando tive de lhe passar o bilhete para a mão. Ele nem queria acreditar, íamos para Paris. A alegria de ir para um dos seus dream destinations misturava-se com o pânico de não ter dito nada aos pais. Ai sogra, sogra...
Um dos motivos que tenho estado ausente da blogosfera foi porque estive a preparar estas férias ao detalhe, uma coisa na qual sou um bocado obcecado (em inglês, sou um overplanner), com cuidados redobrados para que o P não descobrisse nada, missão que acabou por ser muito bem sucedida.
À chegada a Paris, fomos de transportes até à Praça da Républica, onde almoçamos numa das muitas esplanadas simpáticas, ainda com as malas. Estava um pouco nervoso, porque ia agora revelar-lhe um 'pequeno grande' pormenor que poderia ser decisivo para o sucesso das nossas férias.
Disse-lhe "Vou-te apresentar duas pessoas" e tirei da mala algumas folhas, onde tinha impresso o perfil do Isaac e do Matthieu, obviamente um casal gay, de um site tipo couchsurfing (para quem não sabe o que é, só vos digo que andam a perder uma coisa espetacular). O P estava incrédulo, a olhar para as folhas, e eu no pico dos nervos, sem fazer a mínima ideia qual seria a sua reação.
Bem imagino o P. a levar com toda essa informação em simultâneo ehehhe. Eu nunca tinha ouvido falar de couchsurfing e fui pesquisar, mas o Theo aqui ao lado está a dizer que já conhecia mas que não achou que iria gostar muito.
ResponderEliminarDe qualquer modo estou ansioso por saber como foi a vossa experiência e fico felicíssimo por vos ver de volta ao activo aqui. A blogosfera precisa de vocês :)
Abraços a ambos
És maquiavélico (mas do tipo bom). Eu sou estranho. Boas ou más não gosto nada de surpresas... E acho que não era capaz preparar uma viagem assim ao F sem deixar escapar nada. Admiro-te!
ResponderEliminarImagino a reação do P com tanta surpresa em tão pouco tempo! Eu ficaria louco!
ResponderEliminarÉs, de facto, impressionante. Fazer este tipo de planeamento, ás escondidas, é de uma trabalheira monstruosa.
Já tinha ouvido falar do couchsurfing, mas é suposto ser uma coisa bi-direccional, não? Usufruiram, mas é suposto contribuirem com um sítio também, certo? Dispôr da casa de alguém, mas, ao mesmo tempo, colocar a nossa ao dipôr da rede!
;) haverá melhor sítio para levar o namorado do que Paris?
ResponderEliminarPsi, não é fácil fazer couchsurfing. Muitas pessoas reduzem isso a alojamento gratuito, mas é muito mais do que isso. Poderiamos perfeitamente ter ficado num hotel ou hostel, mas seguramente não teria sido tão genuíno.
ResponderEliminarX, eu também não gosto muito de surpresas, talvez porque sou muito do tipo controlador. O P também é controlador, e stressou um pouco no início quando soube que não ía para Espanha.
Ikki, a condição de bi-direcionalidade é recomendável, mas não obrigatória. Poderias perfeitamente participar apenas como surfer (a pessoa que viaja) ou como host (a pessoa que acolhe). Mais do que isso, acho importante escolher bem com quem se fica ou quem se recebe. A trabalheira de organizar a viagem foi, de facto, monstruosa, apesar de se ter prolongado por vários meses. Usamos muitas vezes o mesmo computador e não só não podia deixar indícios, como tinha de simular pesquisas sobre o sul de Espanha, para dar credibilidade à história.
Shoes: há! A Paris, Bruxelas, Amsterdão, Milão... e a todos os sítios onde havemos de ir!
Mas olha que também não gosto muito dessas "coisas" LOL Faz-me sentir pouco à vontade
ResponderEliminarNão é para todos, de facto. É preciso ter uma mentalidade aberta e estar disposto a ceder em algumas coisas, como nos horários ou na privacidade. Mas por outro lado, é divertido e ao fim de um dia (ou de horas aqui no caso do Isaac e do Matthieu) já são os teus melhores amigos.
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